terça-feira, 28 de julho de 2009

O Outro // O Porquê de uma vida passada sobre o sentido das coisas, não sabia. Se a morte são as expectativas por trás dos séculos, também não sabia! Mas agenda marcada para falar com o pai, diziam. O escolhido, tratado e curtido no barro da existência plana. Hora? Isso nunca! E repetia, vociferando consigo, baixinho. Domingo era outro dia para conversar. Outro dia! Pensava. Isso deveria ser estar perto. Pronto! Todo dia era dia... Anárquico o malandro; Mas onde moravam os anjos? Hospital vivia de acidente, e além da ausência natural dos acontecimentos, uru cava o resto e excitava a turba. Um bosta de gente! A opção, as escolhas. Ninguém encostara um revólver para reinvidicar ulterior história. Rumo decidido! Um ponto distante. Um estorvo! Um escravo...! De si, daquele, de ninguém. Era o cobrador da própria honra. O motorista míope. Longos e intermináveis minutos escondidos na alcova das idéias. Ninguém duvidava. Era ansioso. Tanto quanto teimoso! E burro, porque carta queimada “num” guarda segredo. E ali é onde se esconde ouro. Envolvera-se com uma dessas mulherezinhas pequenas. Tinha estatura e QI de caramujo. Era tal de “nós vai”, seguido de excessivos erros de Português, algumas palavras difíceis e bisonhos remendos. Até a lingüística jazia surda no coração da moça. E naquela noite fora arrogante, o cara. Muito! Muito! Cuspia palavras de brasa, arregalava olhos de cramulhão. Mas sabia muito pouco dela, e isso muda tudo. Enquanto batia a última pinga de cinza, já quase um defunto ao ser atingido por um cinzeiro em movimento, tentou falar, mas só ouviu. Vá com Deus porque nem o capeta te agüenta! Estafermo, ainda pensou, egoísta! Dá mole que “o coisa” ruim come teu rabo. Gritava a outra! Voa, voa... Por um momento fizera parte da revoada... Até pousar o asfalto, com os olhos ainda abertos...

Para F.Machado