terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sopro // Como um “Sopro de Vida” pode ser tão precioso. Ouso temporariamente roubar a sonoridade do título do livro de uma escritora chamada Clarisse... Parece tanta coisa que a profundidade não me aproxima. Ou se permito prefiro negar. Parece a reestruturação de interferências literárias que deságuam num raciocínio abissal. Desses dias que acabam por compor um único bloco. E a gente não sabe se aquenta o tranco... Tanto que é uma escritora cujo nome é sabido, mas não fosse isso, acho que as linhas voariam até pousar no seu colo. A impressão de que ali Deus valeu à pena. E se fez com as mãos de alguém...!
Atendendo pedidos... Sopas “Ash” Assim como o iogurte, nos tempos antigos,os persas eram famosos pela variedade de sopas que eram preparadas e suas origens. A palavra Persa que define cozinheiro em farsi é “ash-paz”; cuja tradução literal seria “fazedor de sopa”. Já cozinha, o local, chama-se “ash-paz-khamê”, que significaria “a casa do cozinheiro”. Isso se torna um indicativo interessante relacionado também a origem da língua. A partir da palavra que denomina sopa, mediante a importância para a gastronomia local, outras tantas são geradas. Isto é, a tradição definindo a linguagem.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O menino e o sonho xxxxxxx Fui dormir completamente bêbado. Felicidade alcoólica, à toa. Sono profundo. Sonhei com uma esquina cheia de guris. Era escuro, e sem óculos não definia bem as fisionomias. Um deles ligeiro segue em minha direção. Completamente contraído, sem saber, armo a retaguarda. Vício de cidade grande, descontrolada mesmo, sabe! Esticou os braços e depois mostrou uma perna de tesoura presa a uma correntinha de latão: tira pra mim tio? Dizia. Quando por fim separadas a meia tesoura da corrente esticou um sorriso alvo de arcada impecável, perfeita, retornando... A roda onde o tudo começara... Tantas vezes pensei naquele menino e no que poderia tudo aquilo representar que perdi as contas até queimar o lápis. Tudo sugestionava algo; e o hábito antigo de reinterpretar sonhos me levavam a crer numa fronteira entre o subconsciente e outras aberturas. O que se poderia ou não atravessar sem culpa... Quem julgaria o que dormindo não se controla? A perna única de uma tesoura sem ponta, que se rompia da frágil corrente. O prisioneiro que de si desata o laço e se arremessa, sem contar os metros... O que fotografamos com a alma e guardamos em tão profundos abismos? Porque nos lembramos daquilo que tanto deveríamos esquecer? Quem é o cobrador de Deus, que até a noite inconsciente invade? Contratai-vos senhores feudais do empresariado moderno ditado por regras de tributação. É um gênio...! Pensei ali, onde estava Estamira e seu mundo de lixo? Gostaria de conhecê-la e pregar-lhe um abraço fétido de perfume. Num imenso depósito batizado de “lixão”, o que seriam odores de perfume? Qual a tradução de um frasco colorido naquele lugar, ou quantas pernas de tesoura haveriam por ali? Quem escondera a primavera ? Ou seria o prenuncio das flores de plástico! Onde estava aquele menino dessa vez? Procurava e traduzia analfabeta e louca, o que minhas frases esquadrinhavam por toda a vida. Era a heroína do curta-metragem em que me achei traindo a pátria. Em casa, sem gritos e algazarra. Subtraindo a miséria pelo excesso de idéias, sem atitudes... Pensava que o termo inclusão social e o desordenado crescimento paralelo deveriam oficializar em definitivo nova nomenclatura. Quando não funcionar o elevador social, o condomínio orientá-lo-á ao seguinte. Ao de serviço... Ao anti-social, seja pela forma gramatical, ou pelos moradores que votam em surradas reuniões de proprietários... Pensei poder adornar uma possível tradução as Estamiras, e suas dissidências. Se justo fosse o modelo, não estariam ali. Talvez plantando árvores com lama suja que não é chorume. Optei por isso redirecionar a lente ocular para guardar aquilo que a memória alcançasse, e que de fato, significativo fosse. Era a minha homenagem a este universo e abrir mão de certos supérfluos em nome de um particular protesto pacífico contra o igualitário fora da validade. Lembro quando pisei em Londres pela primeira vez e quase comprei uma jarra de cobre encontrada nos desertos do Paquistão. Agradeci uma foto e troquei o objeto pela vida cultural que era oferecida. Quando rezo e brindo com Deus, dali escorre o vinho. Carregaria isso ao longo da vida. Me esqueci de tanta gente... Daquela jarra de cobre jamais!... E do menino de sorriso alvo e pele escura, de arcada perfeita, que me pedia favores e não pertencia a nada... E uma Estamira que poderia ser promovida a adjetivo, um jarro de cobre de lembranças bebidas, e a perna que faltava, para finalmente sair correndo...

Mãe // Deus presenteara minha mãe com uma miopia mega, de fábrica para justificar uma peculiar leitura da vida, que simplesmente acontecia, e mais tarde viria a entender.

Muitos anos depois reverteram sua doença em mais de noventa e cinco por cento. É mestre, trabalha a energia através das mãos. Acalma e observa. Músculos, comportamento, formato de ossada. Olhos de raios-X numa tradução quase Braile. Também é doutora em literatura com médias excepcionais! Lera e se formara com olhos de cego, e lentes imensas. Depois, enxergaria até demais...

Embasaria de informação a prática de um universo ao qual se atiraria. Inteira! E lá se iam mais da metade de uma vida. Um invólucro recheado de altos - muito alto! - e lutas...

Mas existiram anos cujas dificuldades provinham de outras histórias, falências e relacionamentos mal desfeitos com suas porções de tristeza e seqüelas. Consegui de alguma forma fugir da própria sombra, e chorar junto... Lágrimas de mãe... Sobre toda austeridade de meu pai, me defendi. Sem jamais calar o que considerava justo abortei minha quilometragem para entender o que carregava. E me protegia atrás dos versos; escritos não pagavam contas, mas valiam ouro. E me tranquei num mundo vazio para desanuviar de tudo. E... Daí! A quem poderia interessar da onde... Venho?

Continuo escrevendo e permanecerei crendo que todo procedimento artístico tem sua parcela de alforria, apesar da renda também fazer parte do processo. Sou um sonhador! Fazer O que?

A “esbórnia” durante uma quadra de tempo acalentara meu fardo; dela supri todo plantio. E puni minha alma durante anos como quem compromete a existência em nome de percepções e da própria tradução turva das coisas comuns. Produzi espetáculos em botequins. Inventei e vi personagens que não conhecia e olhavam acima dos óculos. Uma deselegância única, talhada em mesa de jantar, escola particular. Quantos professores daquilo que nunca quis para ninguém!... Simulando o que não desejava, observando em silêncio e aprendendo com relacionamentos errôneos, vazios. Aprendi que a essência é perfumada e vil...

E percebia o que se sabia. Ninguém tira sujeira encruada em poro de burro velho. Tão pouco se ventila paisagem para quem viveu menos tempo. Estrada para andar, passar, ou desviar. Sinalizar, a certa altura tornara-se quase um assalto intelectual. São caminhos e precisavam ser pisados. Se eles realmente não sabiam o que estavam fazendo, ou, o que fazer... Perdoa...

Não sabiam das mãos de minha mãe e o que era aquela energia. Aliás, pareciam não entender nada sobre assunto algum. Nem de livros!... Há certo altruísmo em desuso e, se não me engano, tão pouco fora sorteada a miopia da família. Mas ando mesmo pessimista... Achava estranho, pois tive tudo, absolutamente tudo o que aquela arrogância insistia em desfilar. Era como se pisassem um tapete vermelho que nunca existiu. Almejar na cor, o que era absolutamente remediável a textura. Lamentável!

Pensava naquelas pessoas e na notícia do jornal que anunciava uma nova ordem editorial para simplificar a palavra escrita. Como se as preces emburricadas daqueles passantes fosse ouvida. Mal sabiam falar! Abastados e indigentes! Eram maltrapilhos da língua, bem vestidos, de exigência envelhecida, ultrapassada!

Qualquer coisa como super-homem sem hífen e h. Imagina, meu! Acredito até que a doutora em literatura, esqueceria num hiato único toda a tradição de paz e interiorização, e sucumbiria a verborrágico e fulo discurso se visse a estampa de tal atrevimento!... Mas acontecerá...

Existiam modas e termos que índios e negros carregaram até a cova. Era desrespeitar a história de cada, e somente aos fatos, se remete a língua e seus porquês. O resultado de uma matemática gramatical inteira adulterado pela nova desordem.

Valham-me deuses e todos os santos. Perdoe essa turba! Não sabem da energia. Não são uns filhos da mãe... Eu sou!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Autores Russos // Tinha paixão por autores russos. Era um texto de beleza fria, por isso de olhar amplo e generoso. Palavras que romperam o regime, traduzindo para diversas línguas, a resistência de um povo. A origem, seus movimentos e contratempos. E não estamos falando da língua inglesa não, meu velho! É russo! No máximo dirás vodka. Ou alguns nomes, quem sabe. Sasha, Ivan, Dimitri!... Pensava nas prisões geladas de Dostoievski, na chave mestra de Tolstoi que desejava unificar todas as bandeiras, no nariz de um Gogol alucinado e de Tchekov. De forma particular, o texto do teatrólogo intitulado O Monge Negro, me chamava especial atenção. Era fininho, da espessura do menor dedo. Erudito, cansativo, mas de profundidade abissal. O personagem conhecera o habitante de si mesmo; alma; ou espírito se conveniente for. Convivera avisado sobre as benesses do silêncio, mas desabafara, e por fim, tachado de doido acabou numa clínica... É compadre, calasse a boca e não aturaria um sonoro eu te disse, no transbordar derradeiro da própria caligrafia! Geniais os caras. Épocas duras. Aliás, naquele lugar: Quando a vida não fora dura? Gelada? Até hoje! Navegar era coisa de navio e o pensamento radical do regime, palavra de um homem só. Diversas vezes me perguntei como Dostoievski fora ele mesmo. Burlar com palavras e, pagar a língua atrás das grades. Não importava. Tinha palavras! Via o mundo acinzentado sem jamais perdê-las. Congelando feito passarinho ao relento, fomentando uma dor escrita, ao mesmo tempo em que rude permaneceria. Até terminar a vida; Quão triste poderia ser um homem; para parecer aquele, pensava. E havia sido. Ah! Se havia!... E lia, lia, lia... E o inverno? Se não houvesse sido menosprezado por incautos generais, ou se soubessem do seu poderio, das duas uma: ou corriam, ou agiriam de forma mais sagaz e talvez, hoje, falássemos o mesmo idioma. Textos diziam que durante todas as guerras, a preocupação maior do exército bolchevista não era espionar, mas contra-espionar. Fornecendo provas, desertores e boatos para confundir qualquer coisa que Lênin definia como: intelectuais ávidos por trabalho. Dessa forma, achava interessante fomentar linhas de raciocínio que desviassem o foco e perdessem de vista. Era a desinformação. A visão do ato ao contrário, para se alcançar o meio! Fantástico, não! Sobreviveram da contracultura os conterrâneos de uma literatura extremamente particular, complexa, poética. Com mãos de ferro e frio nas mãos. Era a tundra, descolorando neve branca... De alguma forma. Também discorriam boatos sobre o armazenamento de bilhões de dólares em bancos americanos. Aguardariam uma possível queda da moeda para a injeção de capital e posterior recolhimento. Enfim! Planejavam no contragolpe do outro. Desabaria a maior economia do mundo com seu rabo preso, e mãos atadas... Numa alusão a nossa tradição, diria que aguardavam uma meia lua de compasso para entrar com aquela rasteira bacana da capoeira... Definitiva!...

domingo, 12 de setembro de 2010

Dizia na entrevista que por mais de 100 vezes havia entrado e saído da FEBEM... Tinha a pele escura e fisionomia calma. Contou que agora era um mediador entre conflitos no morro e viajava o país palestrando sobre os hábitos da favela... Um MEDIADOR sinaliza o princípio BÁSICO e democrático da conversa, ponderação e não violência... ORGANIZAÇÃO!... E continuava citando mais de 300 óbitos com assinaturas conhecidas. Pessoas próximas ou nascidas no local... Há bem mais que números em jogo... Certa vez o PCC parou São Paulo seguindo ordens que partiam de complexos carcerários... E querer não compreender é ignorar as lentes de um novo tempo... E a arrogância é irmã da guerra... A guerrilha!... A farda maldita dos homens que comeram mosca enquanto o vento passava...
PIXOTE // O canto é forte o trote é firme Resiste a seca e a inundação No cinema eu vi Pixote Na rua a continuação // O tempo é o arremedo Do dia continuando Quando completar dezembro Outro ano terminando Me conte seus planos mas perdoe depois Se eu pensar no homem Que Pixote não foi // São dois perdidos na noite suja Dois pinhais no coração Acredita no menino de rua Ou atura o ladrão // Quem fez do horror um espetáculo Ainda permanece intacto Veja o que isso representa Tua única oferenda (+ 2 x) É a alma pro diabo ...

sábado, 11 de setembro de 2010

COMUNIQUE-SE: jmarcelo_br@yahoo.com.br ... PARTICIPE: Indicado para o TOPBLOG ...
Imagino num rompante, em absurda sincronia, aqueles milhões de pessoas. Rasgando uniformes, paletós, títulos de grandeza e costumes. Num único grito de sonora e prometida alforria. Sentida, esvaziada, dos excessos de zelo ao futuro próximo, quiçá distante. De todo esforço sem praia. Da soma de cursos, mestrados, doutorados, universidades. E pontos batidos e burlados. Do trânsito de toda a vida e de toda paisagem cinza, e seu tanto de CO2. Tudo! Finalmente reciclado! num imenso suspiro coletivo, ruidoso, igual. Ecoando, simultâneo, chacoalhando a terra e as veias de cobre e ferro carcomido. É importante observar, que novamente não poderia desprezar a água sem reutilizá-la como ferramenta de compreensão. Fazer-se entender é o ó. E Sampa merecia um sopro de montanha com gosto de menta e árvores grandes de madeira. E outro Ibirapuera, e parques e coisa e tal... Qualquer coisa que justificasse o ar imundo que se respira, o esforço paulistano em “ser”... E compensar aquela ausência óbvia de tons esverdeados.
Não sabiam os astronautas quão negros eram os inacessíveis buracos ou as profundezas de cada um. Sabiam apenas que a princesa era azul. A certeza caminhava sob os pés de quem estava onde se via. Via Láctea, via satélite. Contemplavam com conhecimento de causa a tela pintada por um deus artista. Chorariam dentro de suas armaduras. Pobres homens astronautas Somos nós! Mudar costumes, hábitos. Gerações e gerações. É como se as necessidades não fossem indivisíveis e comuns àqueles que compartilhavam oxigênio e pisam o mesmo chão. As máquinas ruminando horas de combustível químico obedeciam às diretrizes dos que não se importavam. Moradias amontoadas. Eram latifundiários da própria cova remendando o Tempo. Novamente e sempre. Inevitável senhor de tudo. O TEMPO! Artérias de cobre danificadas, plastificadas, remendadas pelo desejo insalubre de seus fundadores. Para uns, desprezar a matéria e tudo aquilo que não se compra era tarefa impossível. Talvez uma pequena... Maioria... Mas seriam então inabaláveis. Pensava com solidão de eremita o dono de tudo. Irmãos? Cuidariam da princesa que girava quase imóvel. Eram tantos os afazeres! Lustrar os anéis de Júpiter, o carmim de Marte e todos os lugares. Existia uma função em cada pedacinho de céu. Mas a terra não era um lugar qualquer. Todo canto, tem um canto, e toda noite uma estrela. Se não dá pra ver, fecha os olhos que aparece... Sol e lua e fogo e água, mesmo que salgada, escorrida dos olhos de pedra daqueles que perpetuavam o descompasso. E era uma lua doce. Dona da noite desses mortais que deveria compreender! A herança progressiva de acontecimentos modernos parecia surtir efeitos contrários. A ferrugem do tempo corroído pelas suas maiores promessas. Os homens... Foram passando meses, anos, décadas sem ponteiros.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Era uma vez o tempo... Como toda história... Era uma vez... O pai do universo era o tempo. Dono de cada passada de ponteiro, de cada movimento, dos ciclos e estações. Empurrava os dias, os meses e anos Rotulados em caixas enumeradas. E tinha todas as formas e braços de senhor. Cabelos de clorofila cobririam colinas, florestas. Água. O suor de tanto trabalho escorria e virava cachoeira, rio, fonte. O mar, a grande lágrima de sal, chorava as coisas de passagem. A prole. Cada filho. Todos eles! Parentes e contra – parentes, farfalhando o quadro negro de um céu anoitecido. De alguma forma poliglota, tudo provinha do mesmo lugar. Os conceitos de vida comum, e família, eram facilmente identificados. Por mais diferentes que os costumes fossem, na constância natural da evolução, era a vida em movimento. Por isso à tardinha o céu multicolorido desbotando tons de vermelho, transformava o laranja e o lilás. À cor universal dos homens, em silêncio, anuncia suas verdades e acalantos. A cor que mina da pele e jorra por dentro. O vermelho! Depois as estrelas. Fósforos paralisados acendendo o negrume de um céu sem nuvens. Estrela cadente, incandescente, meu pedido te pertence. O sol vermelho, aprisionado no espelho, é poesia de presente. NOSSA HISTÓRIA GIRA EM TORNO Da TERRA QUE GIRA...

sábado, 4 de setembro de 2010

Manual de Sobrevivência // Certa vez me disseram que eu não deveria mais contar estrelas. Silenciar o tempo. Respirar a letargia de uma filosofia budista por exemplo que contrapunha todo o resto a que durante uma vida inteira estive acostumado. Falavam que deveria ter pressa, pois havia um mote de valores que deveriam circular no curral da sala de jantar e contas e pessoas que precisam de pessoas. E mulheres que se entregam para amar e homens que amam para trair e novamente, se entregar. Uma complexidade deveras estranha mediante tantas outras atitudes imediatas a se tomar... O foco de uma real qualidade de vida se calcado no outro fosse, automaticamente, a paz de espírito preservada seria deverás interessante e profilático. Imaginar que mesmo hipoteticamente as duas da matina você poderia em qualquer espaço da cidade grande, largar seu carro e os documentos dentro como um gesto impensado, automático; sem conferir travas, passantes, guardadores, ou mesmo a polícia porque o imposto que ninguém sabe o destino certo poderia ainda não ter sido pago. Pensa só... Não é discurso babaca não, meu caro. Provado já fora, que cérebro e informações possuem lá o seu limite. E é logo ali... Células morrem pela ação dos anos, na proporção da qualidade de vida dimensionada e informações absorvidas e repartidas em trezentas e sessenta e cinco fatias de atitudes e amanhecer. Rejuvenescimento, velhice precoce, ou o retardamento do declínio e a ladeira... Da preguiça. Francamente gostaria de ter tomado uma biritinha com um escritor baiano, que afirmo apenas ter possuído penugem abaixo das narinas que naturalmente eram duas na tentativa de obter explicações desaceleradas e definitivas sobre alguns fatos que não considero de total irrelevância. ...Começaria argüindo o porquê do cafezinho com bolo de fubá fazer mais falta que lagosta. À Tardinha, por aqui, não costuma ter crustáceo e acredito ser assim em quase todas as regiões. No meu senso pessoal, a resposta foi quase unânime. Ou será que somente ando com pé descalço? Ou não seria a conversa, antecessora ao hábito alimentar, propositora da mesa redonda nossa de toda santa refeição... Seriam esclarecimentos em tempo real, previsíveis e aumentados por monóculo de privilegiado critério. Perdurariam no meu HD pessoal. Transcreveria teorias de monte. Quem sabe talvez, relatasse o entrevistado que a tradição dali adorna a pressa, em crítica profunda e contumaz. O que é sua lentidão... Conheço essa praia... Confundo no... Fundo... Atingir os avanços tecnológicos e é percorrer um caminho sem fim. Amanhã tudo mudou. Tudo, tudo. Ou melhor, depois que o caríssimo leitor terminar por finalmente compreender que o verbo avançou no tempo do relógio digital e já foi!... Acabou o manual...

Duas situações... Da mesma forma que aplaudimos o improviso, deveríamos louvar em algum momento a falha... Duas situações extremas: de coragem e... Humanidade... Somos falíveis e isso também é um fato. E a vida continua e passa e o remendo não para a música... Continua e complementa... Como se da obra fizesse parte... .

Haverá sempre um lugar...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Novamente atendendo a pedidos... Noturnos // Tive uma noite péssima. Um sonho acordado com jeito torto e corcunda de quem carrega meio palmo de cal no lombo. Sabe-se lá onde estava, ou aonde gostaria de estar o sujeito que era eu. Sabe-se lá! Recordo um entorno acinzentado de manto calmo. Grama talvez... E um desejo de chorar em silêncio. E isso preocupava! Guardar ruídos que não se externavam pela indivisível neurose... Como se tudo fosse constituído da mais perfeita... Ordem! Ou da mais perfeita desordem! Antagônico mesmo! Desordenar a perfeição seria não atingi-la? Da mesma forma a desordem não remeterá ninguém a qualquer forma de perfeição... Não há nada que sinalize um agente complicador... Apenas a óbvia conclusão... Fato é, e isso sim, de merecido bom senso, que tive uma noite péssima, estou quase de ressaca e não me recordo de um gole sequer. Unzinho só! Palavra...

GOL... Marca de carro ou companhia aérea... Adjetivo proclamado pelo imaginário popular para designar sucesso extremo ou conclusão do objetivo... Estancamento da possibilidade de reação ou a glória do outro... O que Sacramentará a festa do porvir... Esforço conjunto para justificar administração milionária e biombo de ditadura (1970 talvez!)... Alívio ou esquecimento ou insucesso ou sensação de feriado prolongado. Samba e bordoada e riso que chora lágrima de uniforme... Dissolução momentânea das dívidas pessoais... Porque o mundo Travestido de FUTEBOL... De sol a sol... Faz à ilusão da fôrma e a solidão da carne. O pensamento diluído feito antiácido efervescente porque começou o segundo tempo e tudo para... Paradinha!... Atira-se o arqueiro a flecha arremessada com ponta redonda de bola que voa, ou tiro de perna malhada que soma quilômetros por hora faz explodir o outro lado da arquibancada cor de nuvem carregada...

O outro se cala, e quem fala até quando é o juiz... Magistrado do apito ou jogador que não deu certo?... De resto cantam suas alegrias e derrotas. Como se um não dependesse do outro e pensando rápido, repetindo trejeitos, acabaremos por falar de todos... Nós... Até outro trovão de alegria, quando o céu desabar lágrimas de chuva salgada e o coração, esquecer que te pertence...