segunda-feira, 31 de março de 2014

Sobre B. Brecht / A modernidade desse poeta é "divinamente insuportável". Parece q estagnamos no tempo! E q a paciência nacional ultrapassa invisível todos os limites. Apesar das notícias, do bolso, do gás. Sinceramente, há muito o q se pensar! A velocidade da rede não é a contravenção das idéias? Penso, as vezes, q as informações se perdem, na quantidade real daquilo q podemos absorver. Q sejam então outras medidas, e leituras; e releituras. nesse caso: "a falta da necessidade, fez (ou faz?) o ladrão". E o voto, mentira armada, dos q não compreenderam ... Nada.

Assim como o ouro está acima dos outros metais, a caridade está acima das outras virtudes (Santo Antônio) ... Adoro o cara .De verdade verdadeira mesmo..Certa vez perguntei se ao término dos tempos estaríamos todos nós acompanhados. Aos pares...Seriam dele as providências? ... Por fim parecia ouvir uma voz rouca ecoando e que acho até que era a minha. E dizia que se há conversa há resposta.Então desde já não estamos... Sós...Ou falam sozinhos os outros?... E no ocidente silêncio não é desapego de som mas cantar sem voz ou consumir reflexões sem ambientes adequados ou rezar com ruídos de televisão ... Mas há controvérsias meu santo, e se não fossemos assim, talvez nem compreendidas seriam suas intenções de pessoa invisível. E isso também é buscar... Suas palavras escritas sem testemunha ocular ou confirmação de cartório ou qualquer coisa parecida cairiam num imenso vazio se diminuida de dúvidas fosse a massa...E fazemos parte dela e Interagimos todo o tempo. Deixa estar meu santo... Estamos caminhando e isso é muita coisa. Amém...

sábado, 29 de março de 2014

Deus ouve música...  Talvez! Mas pessoalmente, compactuo com qualquer soma de perspectiva sonora ainda meio desconhecida; mas q me agrada mto. Violoncelo, violino; música de moço e menino... E outros versos e entendimentos; q por si só dizem.

Fulana é uma criança grande
Com uma boca cheia de dentes enormes.
É linda!
De bruços o Pão de Açúcar derreteu
Seus milhões de anos sedimentados pouco valeram;
A paisagem caminha quando ela anda
E um olhar desavisado se esquece
Que qualquer coisa possa ser feita de pedra...


Presente

Acordei com a sensação
de que minhas idéias passadas
Morriam no país do futuro 100 presente ...
Feliz aniversário novamente
pra essa terra sem dente!



CONGRESSO INTERNACIONAL
Ouçam // o que sai // da boca desses homens //
São bandeiras 100 palavras // mentiras mal lavadas //
No dorso da oportunidade //




Bangu: nosso complexo carcerário lotado. Trinta por cento deveriam estar fora dali. Ouvi na TV, portanto como bom brasileiro diria que deve ser quase a metade. Ninguém produz nada, e ainda derretem ou morrem de frio. Sabia? O frio é curto, mas dói! Ou ao contrário. A meteorologia de uma “bipolaridade cívica”. Estranha a relação entre o homem e climas radicais. Do outro lado da terra, também se morre de calor, mas a noite é fria para cacete e o nome é deserto. Caatinga sem planta e calango. Jabá sem Jerimum.

quinta-feira, 27 de março de 2014

... CALCULAM que cinco milhoes de escravos tenham desembarcado aqui atraves de navios negreiros. Registros revelam que esse comércio tenha partido da iniciativa local, africana... Na tentativa do Benim em se projetar no mercado internacional. Colhi tal informação no DVD em que Gilberto Gil entrevista o eternamente genial Pierre FATUMBI Verger, que aliás, se despediria de vez dessa terra maltratada, no dia seguinte. Se não me engano o ano era 1992... Ou ele tinha 92 anos!... Já escrevi sobre isso. E fatumbi significa renascido através do Ifá, o jogo dos búzios, que enxerga o futuro e dá caminho aos filhos de todas as cores... Falei para aproveitar o ensejo da última postagem e novamente enfatizar que urge o desejo por mudanças e reais possibilidades... Disse o sempre sábio S. Chico Buarque que iniciativas culturais precisam de platéias para existir, realizar... Toda comunidade... De toda profissão... E há também o desejo de se consumir arte. Aquela que escolhemos e porventura pagamos caro... Porque investir somente no que é gratuito... É uma tendencia forte e válida. Mas desprezar o resto que também quer existir é fortalecer o movimento do eles escolhem. O que vamos dançar, ou cantar, ou fazer... Melhorar a vida significa um monte de coisas e o ir e vir, substituido pelo poder ir e vir, justifica um monte delas... No ano que nasci era... 1968... Democratizar a cultura é permitir a viabilização... E pensando em DEMOCRACIA a citação desse ano procede porque eram anos de chumbo e muita gente não se recorda! Primeiro o 0800... Sempre bem-vind0. Depois tudo o que uma reengenharia decente da renda nossa de cada dia possa viabilizar... Precisamos pensar muito...

... SOUBE QUE NA AFRICA EXISTEM DUAS MIL ETNIAS QUE SE EXPRESSAM DE DUZENTAS DIFERENTES FORMAS... E O CANTOR ... CALCULAM que cinco milhoes de escravos tenham desembarcado aqui atraves de navios negreiros. Registros revelam que esse comércio tenha partido da iniciativa local, africana... Na tentativa do Benim em se projetar no mercado internacional. Colhi tal informação no DVD em que Gilberto Gil entrevista o eternamente genial Pierre FATUMBI Verger, que aliás, se despediria de vez dessa terra maltratada, no dia seguinte. Se não me engano o ano era 1992... Ou ele tinha 92 anos!... Já escrevi sobre isso. E fatumbi significa renascido através do Ifá, o jogo dos búzios, que enxerga o futuro e dá caminho aos filhos de todas as cores... Falei para aproveitar o ensejo da última postagem e novamente enfatizar que urge o desejo por mudanças e reais possibilidades... Disse o sempre sábio S. Chico Buarque que iniciativas culturais precisam de platéias para existir, realizar... Toda comunidade... De toda profissão... E há também o desejo de se consumir arte. Aquela que escolhemos e porventura pagamos caro... Porque investir somente no que é gratuito... É uma tendencia forte e válida. Mas desprezar o resto que também quer existir é fortalecer o movimento do eles escolhem. O que vamos dançar, ou cantar, ou fazer... Melhorar a vida significa um monte de coisas e o ir e vir, substituido pelo poder ir e vir, justifica um monte delas... No ano que nasci era... 1968... Democratizar a cultura é permitir a viabilização... E pensando em DEMOCRACIA a citação desse ano procede porque eram anos de chumbo e muita gente não se recorda! Primeiro o 0800... Sempre bem-vind0. Depois tudo o que uma reengenharia decente da renda nossa de cada dia possa viabilizar... Precisamos pensar muito...

... Li QUE NA AFRICA EXISTEM DUAS MIL ETNIAS QUE SE EXPRESSAM DE DUZENTAS DIFERENTES FORMAS... E O CANTOR INGLÊS COM ALMA CARIOCA CHAMADO RITCHIE NOITE DESSAS DIZIA NA TV QUE VEIO VER O MUNDO E DESCOBRIU TODO ELE AQUI... E BOA PARTE DO QUINHÃO NEGRO-INDÍGENA QUE PASSEIA NESSA TEIA ...   NÃO PODE ACONTECER COMO EM 1970. A COPA NA MÃO COM CARNAVAL NA RUA E NINGUÉM SE LEMBRANDO D A PORRADA QUE TAVA COMENDO. AINDA HA MUITO O QUE PENSAR E AGILIZAR A NOBRE MASSA... TENHO ORGULHO DO PERDÃO PEDIDO POR JOÃO PAULO SEGUNDO E MAIS AINDA POR ELE TER SIDO RECUSADO... DIGNIDADE PARA AQUELES QUE LUTARAM... E LOUVAR ANTEPASSADOS TORNA-SE NECESSÁRIO PARA SEMPRE SE FAZER LEMBRAR... 



O cantor com ALMA CARIOCA CHAMADO RITCHIE NOITE DESSAS DIZIA NA TV QUE VEIO VER O MUNDO E DESCOBRIU TODO ELE AQUI... E BOA PARTE DO QUINHÃO NEGRO-INDIGENA QUE PASSEIA NESSA TEIA ... SO NAO PODE ACONTECER COMO EM 1970. A COPA NA MAO COM CARNAVAL NA RUA E NINGUEM SE LEMBRANDO D A PORRADA QUE TAVA COMENDO. AINDA HA MUITO O QUE PENSAR E AGILIZAR A NOBRE MASSA... TENHO ORGULHO DO PERDAO PEDIDO POR JOAO PAULO SEGUNDO E MAIS AINDA POR ELE TER SIDO RECUSADO... DIGNIDADE PARA AQUELES QUE LUTARAM... E LOUVAR ANTEPASSADOS TORNA-SE NESCESSARIO PARA SEMPRE SE FAZER LEMBRAR... Devolverei os todos os acentos em breve... computador em manutenção...
... NAO SEI SE DEVERIA DIVIDIR MEUS DEVANEIOS... PRECISO SEMPRE DE UMA PORÇAO GENEROSA DELES PARA SATISFAZER MEUS DESEJOS INTELECTUAIS. E QUE VALHA A RESSALVA VERDADEIRA DE QUE TODOS NOS POSSUIMOS... DESEJOS... EM CADA UNIVERSO QUE SE ESTENDE SAO INEVITAVEIS. QUANDO FALAMOS EM VOZ ALTA SEM MOVER O MAXILAR OU NO ESCURO ESPERANDO O SONO ATRASADO. ACORDEI HOJE PENSANDO QUE ONTEM SERIA BEM DIFERENTE CASO ANT... ONTEM NAO HOUVESSE ACONTECIDO... A MATEMATICA EXATA E CIENCIA E SENHORA CONTABILIZA PERDAS, GANHOS E CADA CENTESIMO DE DESPERDICIO. E NOVAMENTE... QUEM FUI, O QUE SOU, PARA ONDE VOU ETC... QUANDO ORIENTAIS LOUVAM O NASCER DO SOL AGRADECEM O DIA NOVO. SE POENTE O OUTRO QUE ESTA POR VIR... O PENSAMENTO RECICLANDO O ESPIRITO DESCONTENTE MOTIVA CORPO E MENTE A NOVA ONDA DE RACIOCINIO... E A VIDA CORRIDA PERCEBE QUE PODE POR UM MOMENTO ACALMAR ATE TERMINAR E ADORMECER VENCIDA AGUARDANDO INCONSCIENTE MANIFESTAÇOES MECANICAS DO DESPERTADOR...

... Antiga reza irlandesa... QUE O CAMINHO SEJA BRANDO A TEUS PES, O VENTO SOPRE LEVE EM TEUS OMBROS. QUE O SOL BRILHE CALIDO SOBRE TUA FACE, AS CHUVAS CAIAM SERENAS EM TEUS CAMPOS. E ATE QUE EU DE NOVO TE VEJA QUE DEUS TE GUARDE NA PALMA DE SUA MAO.

quarta-feira, 26 de março de 2014

...Quando por fim sentou a mesa da estalagem o rapaz imediatamente abriu o livro com uma delicadeza ímpar. Diziam que era muito velho o escritor. E que era difícil segurar a bengala que apoiava; falar e acordar. E duvidaram alguns que ainda pudesse manipular frases e palavras e letras que viessem a refazer qualquer argumento disso tudo. E continuava a primeira página: escrevi e não disse nada a ninguém... Seguia dizendo que durante duas semanas esteve sentado no canto parado daquele lugar. Sentiu o frio enrijecer as vértebras e o restante dos ossos. Chorou cada sonho realizado durante uma vida quase inteira. E os que não aconteceram também. Talvez porque não devessem... Ter acontecido.Então por este caminho haviam sido realizados sim! Os amores que carregara ao longo não envelheceram, pois nunca mais havia visto ninguém. Percebessem o filme da sua alma veriam um jardim cheio moçoilas correndo sem roupa pelos cantos da tela... Enquanto chorava entendia que escorria dos olhos a água mais pura e salgada do oceano profundo das suas histórias. Aquela que desenhava transparente sem o julgamento de um motivo qualquer. Todo homem chora algum dia. Por uma razão sem dono todos choram! E perdoando nossas lágrimas isentamos erros de culpa... Amaria cada uma daquelas mulheres de novo. E sonharia um devaneio antigo e choraria e riria como antes. Como renascer para num dia breve adormecer em paz... Ou acordar novamente vestido de filho, criança ou coisa parecida... Olhou silencioso o moço... Depois olhou novamente... Apontou o lápis e a data... E começou a segunda página...

ESSA SERIE FOI FEITA EM 2009 QDO ESTIVE na HOLANDA. Na ocasião chamou atenção e atendendo a pedidos ...  
 
Amsterdam... E' totalmente percepti'vel o orgulho nacional relacionado a marinha e suas conquistas. A vida que circula nos canais acontece a centenas de anos. Toda casa especializada em cultura local possue pelo menos uma gravura relacionada a oceanos, navios e homens do mar...
... DIA'RIO DE AMSTERDAM... AMANHA AJAX FC... CAFETERIA... MUSEU DE HISTORIA... PASSA POR AQUI QUE EU CONTO...
Ainda sobre Amsterdam... Nao sei se disse isso antes mas acho a atmosfera daqui extremamente parecida com Bu'zios...
... AMSTERDAM E OUTRAS HISTORIAS... PASSEIE PELO BLOG... SEJA BEM VINDO...
Da serie Diarios de AMSTERDAM / 2009... Li que William Shakespeare quando chegou a capital daquela e'poca que j'a era Londres ficou embasbacado com a violencia. Havia um natural toque de recolher que funcionava junto a claridade do sol. Viva alma que quizesse daquela forma permanecer deveria se recolher antes do breu.. Se aqui 'e verao e tem escurecido por volta das 11 da noite... Penso no inverno e no efeito contra'rio...
TX velho:  Moro no Jardim Botânico! Disse. – Há controvérsias: Alguns afirmam ser Lagoa. Se olhar pra cima, o sovaco direito do Cristo me aponta. Jogando o queixo para baixo se vê uma, ou melhor, duas encruzilhadas, separadas por um canal onde corre água (de novo água!). Na linha do horizonte, recortado por prédios gigantescos e longe, a paisagem parece se transformar num imenso muro de concreto com traços de um Niemeyer retilíneo ... Mas o que me chama particular atenção é que na continuidade da vista, a copa das árvores parece fazer grama. Do intervalo que afasta as ruas e vielas da sacada do apartamento. Um gramado que não se pisa. Que interfere e faz da fanfarra dos automóveis alguma coisa do outro lado... Poderia a partir disso, começar imenso discurso sobre encruzilhadas e céus e Deuses e Orixás. Que nada! Imaginei um Cristo baiano rodando ao som do atabaque que dobra em contraponto ao compasso de um doce e suave canto gregoriano. Perguntar-se-á aonde se esconde a euforia por trás da música de sacristia? É fé irmão! E é sua... Mas que dá uma suave brisa de contentamento, limpeza e defumação. Isso é nosso! Orelhas também são chaminés... E aspiradores! Violão, violinos, violoncelos e cordas que não jugulam opiniões ou relacionamentos. Fios sonoros de diversas notas reproduzindo a cidade constante. Um rito ao ruído; toda hora. Tantas vezes; ouvi que dali se fez o vazio... E dele mesmo a canção. Repara... Cala o que não fala. Diz o que tu ouves (!) Isso é o nada! Mas há algo entre um suspiro e a respiração trivial. Anda um pouco mais devagar e percebe... "Acriança" ...

terça-feira, 25 de março de 2014

Acordei sem sonhos pela primeira vez em muito tempo. Pensei que poderia adormecer tranqüilo depois de presenciar o último telejornal da madrugada. Mudavam os nomes e carteiras de identidade; somente! Parecia ridículo repetir estórias comuns de carros que “desfaleciam” aos tantos quilômetros; e enchentes que afogavam cidades inteiras. Porque naquele dia, despertei com as idéias anestesiadas e morri pela quarta vez; daquele mês cinzento de novembro... Pareciam não aparecer de novo, esconder a lama, os desafetos. Conviver com o silêncio turvo da alma acelerada. E haviam corredores abertos abarrotados de gente e carros passando no meio; cuspindo fumaça de gasolina como fumante enrugado de tempo. E todo jeito de senhora gorda e porco magro. Pudesse até ser Copacabana quando todos os relógios quase que simultaneamente apontassem doze horas e meia em movimento único. E questionamos cada pedaço de nós mesmos. Dissecamos nosso enredo perdendo as vistas todo e qualquer defeito de fabricação... Mas reparamos os detalhes do outro. Com olhos de felino, sem alma de índio. Onde cada passo inicia o seguinte. E a cadeia alimentar abastece a prole; e desafia a existência. Porque não são idênticos os direitos; e a selva não é de pedra, tem outro nome. Metrópole, cidade grande, capital! O erro conjunto e ode a má qualidade de vida. Amontoados; na jaula ou quarto; que nos cabe...
Sou imperfeito como todo mundo. Mas eh uma imperfeição tao plena de si q por vezes parece quase moldada a mãos q escrevem. SEMPRE pensei sobre as entrelinhas tortas da alma "insana" q carrego. Depois olhei ao redor; e novamente repeti dezenas de vezes isso; e sem parar, ainda não me convenci, de absolutamente nada ...
Sobre a cultura Persa ... Tâmaras
... Vinham em cachos ainda amarelas. Eram penduradas próximo à porta de entrada da cozinha para amadurecer...
...Proveniente de uma espécie de palmeira, os frutos levavam semanas para madurar, e durante o inverno, substituiriam o açúcar durante o chá.
Pão e Queijo de Cabra... Durante as refeições acompanhava o pão iraniano. Numa mesa posta, tradicional, este ritual define a família e há milênios é repetido; até hoje, da mesma forma...
PÉRSIA 

As Ervas ... As ervas eram limpas uma a uma, sem água, somente com as mãos. Processos semelhantes aos cubos de açúcar. A preocupação com dimensões pré-definidas e coerentes no todo; de forma a facilitar o cozimento ou a ingestão dos alimentos crus. Passado o primeiro processo, seriam lavadas e secas num outro enorme pano de algodão puro, para absorver a água natural... E eram muitas as quantidades, e o trabalho diário se prolongava em horas seguidas. Seriam utilizadas no almoço do dia seguinte, frescas e cozidas...

A Senhora das Ervas

... Sua função era varrer e limpar as ervas, que seriam usadas; e manuseadas para as refeições. Praticamente fazia isso todos os dias. Eram horas para limpar adequadamente cada tipo...
Sobre sua idade, nem ela mesmo sabia. Respondia pelo nome simples de Nanê. Dizia ter visto a troca de cinco reis. Calculava-se sua idade em mais de cem anos. Só na família somavam cinqüenta deles. Mas ali o tempo é outro, e suas considerações também. Cuidara dos quatro filhos da primeira esposa e dos quatro, da segunda...
... E o verbo empregado naquele lugar tinha o peso do conhecimento, da cultura falada, repassada; dos mais velhos aqueles que a carregarão; como toda tribo, toda reminiscência, que não foi corroída. Só entende isso país de história velha... Achava que ela dizia isso...
... Durante todos aqueles anos, não havia aprendido o farsi, que é o idioma oficial do Irã. Quando chegara a capital com a família, era analfabeta. Nascera possivelmente em Tabriz, ao norte; fronteira com a Turquia. Não sabia das letras. A comunicação mesclava o dialeto à língua e gestos; E era assim que organizava a casa...
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segunda-feira, 24 de março de 2014


 ... Da mesma forma afirmaria com plausível percepção, a escolha dos assuntos que se repetiam nas rodas de conversa todas às vezes! Os mesmos temas, acrescentados de impressionante cultura inútil. Argumentos coerentes, de acordo, para iludir os meses e reverenciar a corja. E colher os louros de uma pontaria previsível. Afinal... Era o dono da festa.
Mas todo mangue também é ninho. Infestado de mosquitos e muriçocas alucinadas. Quando percebemos que o contato físico soa repugnante e o ar periférico parece ruim, não realizamos que a lama esconde um imenso berço. Um útero natural parindo vida em sincopada velocidade. O milagre dissipado de milhares. Ninguém é de todo bom ou ruim... Nem ele. Nem assuntos. Nem pessoas ou lugares.
Reluzia o planeta morto no reflexo torto da água ondulada que dançava. E provava o espelho de sal. Era nobre à noite. Uma realeza diferenciada. Água traduzia a fé; de nações inteiras e três quartos do planeta. De mar e corpo humano. Sinalizavam dentro de si palavras gentis e um inenarrável conforto, que por muito pouco, muito mesmo, não deixara de sentir. Era fundamental perceber quando o anfitrião exige minutos que a ele convém. Para emergir novamente. Sucumbiria ao véu de lembranças que permaneceriam imóveis num museu de massa cefálica. Espremeria as últimas sobras de antigos vinténs, mesclaria crenças e por um momento, seria um pouco de tudo. Santo de jatobá movendo a espada da religião que multiplica um único sentido de gratidão. Não perderia segundos de pose, mas posses. Não perderia nada! As mãos, que doesse à paga. Era necessário; Morreria de fome, porque em barriga de rico só deita peixe cru! Louvando o passado aéreo como um suspiro doce, de inspiração e açúcar, derretendo no vácuo da respiração. Fosse com dança ou ladainha: um sopro de brisa não virava ventania sozinha. E tinha vento em todo o lugar. Era uma Ilha suspensa... De rajadas que abriam portas... E no flutuar dos cabelos lisos da mulher que nunca desejara, mas pedira em cada hora suportada. Defendiam alguns com veemência de réu, que por toda a vida o sujeito fingiu-se de torto para subtrair seus anseios. Tinha sabedoria e era estudado. Para quê? Um decrépito cidadão consumindo as mesmas últimas palavras. Ah! Se Pudesse aquela, da cor da noite, que batera na porta com fome, repetir sem parar sussurros de mãe, por corredores de um ouvido vazio! Como fazer permanecer seus cânticos de amor dentro daquele homem! No entanto, não tinha competência alguma na arte da compaixão; mas sentia. Dono de um orgulho desumano. Não desandaria a massa! Chorar era outra coisa... Sentia que era velho. Uma velhice menos plástica apesar de parecer uma ameixa passa; seca, surrada; Dias consumidos, não vividos. A desordem natural das coisas. Uma Reengenharia de impossibilidades...!

Pudera saber que um Deus maior precisasse de tantos outros... O planeta e suas bandeiras colecionavam nações inteiras subdivididas em mapas perenes. A compaixão estagnada era a bússola de um universo fora da validade, estragado, sujo. A vida prenunciava uma nova ordem. E o mito de cada um; força motriz desde que percebida fosse a importância do outro... Mito... Troço que precisa de dono. E só míope, não poderia ver tudo isso... Se cada alma falasse talvez o caos se tornasse um caso à parte...