segunda-feira, 24 de março de 2014


 ... Da mesma forma afirmaria com plausível percepção, a escolha dos assuntos que se repetiam nas rodas de conversa todas às vezes! Os mesmos temas, acrescentados de impressionante cultura inútil. Argumentos coerentes, de acordo, para iludir os meses e reverenciar a corja. E colher os louros de uma pontaria previsível. Afinal... Era o dono da festa.
Mas todo mangue também é ninho. Infestado de mosquitos e muriçocas alucinadas. Quando percebemos que o contato físico soa repugnante e o ar periférico parece ruim, não realizamos que a lama esconde um imenso berço. Um útero natural parindo vida em sincopada velocidade. O milagre dissipado de milhares. Ninguém é de todo bom ou ruim... Nem ele. Nem assuntos. Nem pessoas ou lugares.
Reluzia o planeta morto no reflexo torto da água ondulada que dançava. E provava o espelho de sal. Era nobre à noite. Uma realeza diferenciada. Água traduzia a fé; de nações inteiras e três quartos do planeta. De mar e corpo humano. Sinalizavam dentro de si palavras gentis e um inenarrável conforto, que por muito pouco, muito mesmo, não deixara de sentir. Era fundamental perceber quando o anfitrião exige minutos que a ele convém. Para emergir novamente. Sucumbiria ao véu de lembranças que permaneceriam imóveis num museu de massa cefálica. Espremeria as últimas sobras de antigos vinténs, mesclaria crenças e por um momento, seria um pouco de tudo. Santo de jatobá movendo a espada da religião que multiplica um único sentido de gratidão. Não perderia segundos de pose, mas posses. Não perderia nada! As mãos, que doesse à paga. Era necessário; Morreria de fome, porque em barriga de rico só deita peixe cru! Louvando o passado aéreo como um suspiro doce, de inspiração e açúcar, derretendo no vácuo da respiração. Fosse com dança ou ladainha: um sopro de brisa não virava ventania sozinha. E tinha vento em todo o lugar. Era uma Ilha suspensa... De rajadas que abriam portas... E no flutuar dos cabelos lisos da mulher que nunca desejara, mas pedira em cada hora suportada. Defendiam alguns com veemência de réu, que por toda a vida o sujeito fingiu-se de torto para subtrair seus anseios. Tinha sabedoria e era estudado. Para quê? Um decrépito cidadão consumindo as mesmas últimas palavras. Ah! Se Pudesse aquela, da cor da noite, que batera na porta com fome, repetir sem parar sussurros de mãe, por corredores de um ouvido vazio! Como fazer permanecer seus cânticos de amor dentro daquele homem! No entanto, não tinha competência alguma na arte da compaixão; mas sentia. Dono de um orgulho desumano. Não desandaria a massa! Chorar era outra coisa... Sentia que era velho. Uma velhice menos plástica apesar de parecer uma ameixa passa; seca, surrada; Dias consumidos, não vividos. A desordem natural das coisas. Uma Reengenharia de impossibilidades...!

Pudera saber que um Deus maior precisasse de tantos outros... O planeta e suas bandeiras colecionavam nações inteiras subdivididas em mapas perenes. A compaixão estagnada era a bússola de um universo fora da validade, estragado, sujo. A vida prenunciava uma nova ordem. E o mito de cada um; força motriz desde que percebida fosse a importância do outro... Mito... Troço que precisa de dono. E só míope, não poderia ver tudo isso... Se cada alma falasse talvez o caos se tornasse um caso à parte...