sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Prefácio...

Os dois planetas que morei...

Tornar – se - ia o maior de todos os vícios de um mesmo menino velho. Achar uma linguagem, um chão. A Terra rachada de morro, caatinga de lixão. A miscigenação de toda parte e interpretações. O gosto e o cheiro dele. A busca de uma ordem que não haveria! Todos querem a mesma coisa, não? Quem fala demais não decupa, se esquece. Eu sou assim... Mas não engano ninguém.

Do mar que durante toda a vida acompanhei aprendi com a sua constância curvilínea, de longe. Olhando rodas de capoeira acertei ponteiros. Nos terreiros percebi uma fé irretocável, dona. Nas igrejas toquei alguns anos. Os anjos moravam ali, mas com certeza, não sentavam nos bancos...

Não temo palavras, nunca. Somente quem as carrega. Ou como! Entoam, transbordam. São apequenadas por trás de um grito, ou de sussurro aterrador; Ou ao contrário! E os “porquês” de quase sempre?

A comunicação falada por si só, deveria emergir lavrada de perdão, ou simplesmente desistir. Falamos para fora, e para dentro... Simultaneamente... Em colisão!

A boca que exala e a garganta que sopra. Como fossem de frases a embarcação. Empurra a vela, respirando diálogos num oceano vertical. Nascendo atrás dos dentes, língua, lábios e olhos e poros... E a conversa! Quem escuta?

Não sou nada que não possa ou deveria. Apenas o cara que escondi atrás dos olhos. Toda vida! Uma devoção a tudo que pudesse convencer.

Que o “tempo”, seja quase uma indagação constante, conjugada no caminho das minhas previsões, admito! Mas os personagens. Ah! Os personagens dos personagens! Justificariam tudo! Lugares em movimento, que falam por si... (!)

É a informação. Desconstruida, reformulada. Referências em preto e branco, guardadas a sete chaves, no cofre forte de uma memória sobrevivente. Todas elas são! E tem a ver com o tempo... Mesmo que surtadas no manicômio da alma respiram sua necessidade de existência... E o prefácio dos mundos que escreveria, seria como dar a luz a mim mesmo...