sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Maratona Penso no maratonista Vanderlei Cordeiro e no atleta italiano que levou a medalha de ouro daquelas olimpíadas. Se tivesse humildade, e reconhecesse a interferência de um padre maluco, como prova cabal de que seria praticamente impossível parar o brasileiro. E passasse o título dourado para o nosso campeão, em pleno pódio, a revelia que fosse... Ah! Que espetacular jogada de marketing. Acho interessante o termo, antes que caia em desuso e se invente outro para definir a mesmíssima coisa. Ou até, aquela nova, que agregue funções como pretexto capitalista para fomentar desemprego. Desculpe: gerar renda... Mas se o cara. Ah! Se o cara tivesse feito isso, surgiriam entrevistas, outros interesses jornalísticos. É matéria, não? Onde estava o empresário? Fora a insegurança dele mesmo, cuja dimensão deveria ser muito maior! Seria este o perfil do nosso algoz? Mas o que é do homem o bicho não... Lembra! Não faltaram testemunhas... Tanto isso motivaria patrocínios, quanto projetaria informações sobre um alguém, que no universo poli esportivo do cidadão comum do mundo afora, é somente um italiano. Isso, porque obrigatoriamente, são içadas as bandeiras de acordo com a colocação. Por ironia o país cujo contorno por décadas – e todas que virão – será comparado a uma bota. Que pisa, anda, corre... Qual era o nosso assunto? Esse fato delirante me leva a crer na pena capital forjada pelas regras da competição. Se há regras! Voltemos a uma nova data talvez? Acionemos advogados? Pintar a cara e bater lata não agüento mais! Na boa! Não seria um atleta a bandeira viva, e suas reações o retrato de uma nação? Ou todo o planeta mera quilometragem? Ou o porre do reveillon se prolongou e ainda estou viajando? Cacete! Fala o nome dele, fala? Morreria eu, de vergonha, se fosse conterrâneo. Ah! Cavaria a cabeça no chão feito avestruz! Quanto ao padre, tratando-se de Brasil, deve estar doido com o nome amarrado nuns quaquilhões de encruzilhadas. E que um renomado colunista me perdoe, mas sob a batuta do seu particular linguajar, ousaria dizer que, enquanto isso, o meu, o seu, o nosso Vanderlei. Campeão dos pés descalços que treinava no barro batido de terra seca, sem tênis, chorava com emoção de vencedor. E danem-se as medalhas! Lágrimas derramadas em nome de um país que muito pouco – mas muito pouco mesmo – faz pelos seus. Esportistas, artistas, cidadãos... Ali não havia miséria ou tiro! Um homem, num breve instante, provocando o efeito carnaval. Pátria minha desgarrada, só falta aproveitar o chororô e afogar sua plenitude. E de quebra todo o resto. Vai nessa Vanderlei. Choramos juntos, todos nós, pelo menos naquela vez... De raiva ou orgulho, ou alegria... Sei lá... Suicídio coletivo...