Para Pedro Poeta //
A poesia de Pedro não fala; canta.
Contemporiza, Exalta.
E é no bumbo q faz estrada.
Onde o chão é grave e a vida ecoa.
Mas a música,
Senhora teimosa,
De hiatos profundos
Parece curvar-se ao mundo
E pedir humilde...
Passagem;
Porque na poesia do moço
Do verso que canta,
Passarinho pede licença
E o texto rompe a regra.
Como quem perde o caminho
Para achar outra forma, ou fôrma.
Não tem paciência a ciência 100 par!
Era do nada, um nada de menos ainda? Só calmaria de vento abanando, página virada.
Sopro q não soa, canta...
Pano de pó letrado.
Poeira de rabisco...
Risco de poesia...
Com assinatura de nome de apóstolo
Que perdeu a cruz e moveu a espada
No cume da santa
Palavra inventada.//
Para o poeta P. Rocha//
...
A saúva //
A saúva que é viúva
exímia cortadeira //
Leva a horta do moço
E o almoço da abelha. //
Porque sem folha não tem flor
e sem flor não tem mel //
Dona abelha chateada
Dava voltas pelo céu. //
Também dizia o gafanhoto
Nada sobra para mim //
E mordia o pé canhoto
Do menino curumim. //
Dona formiga se perguntava:
porque ninguém fala comigo? //
Se não tenho sossego
também não tenho amigo! //
Afinal todos nós sabemos
não é mentira de macaco //
que conversa de formiga
é só trabalho, trabalho... E trabalho. //
Resolveu a insetada
procurar a cortadeira //
que se defendeu zangada
dando bronca na abelha. //
Aprendemos desde cedo
que o inverno é frio e rigoroso //
depois as chuvas de verão
e outro inverno de novo... //
Todavia com tudo isso,
aprendi uma lição //
Com amigos dividimos
a conversa, o chão... O pão. //
E a partir deste momento
esta decidido enfim //
vou buscar comida longe
E não tropeçar no curumim. //
Confrades ilustres,
há um “porém” que ninguém foge //
são os desejos de cada um
que fere e tanto comove. //
Hoje dividimos isso
depois aquilo, e aquilo outro //
Concordamos, discordamos,
É a natureza de todos. //
Por isso sugiro em gesto solene
E o peito cheio de alegria //
A palavra que faltava:
De –mo – cra – ci – a... //
...
Para Mario Quintana //
Eles passarão... Mario passarinho
E eu, quieto feito flor,
Cumprimentarei os dois
Na página da paisagem ...