segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Para Pedro Poeta //

A poesia de Pedro não fala; canta.

Contemporiza, Exalta.

E é no bumbo q faz estrada.

Onde o chão é grave e a vida ecoa.

Mas a música,

Senhora teimosa,

De hiatos profundos

Parece curvar-se ao mundo

E pedir humilde...

Passagem;

Porque na poesia do moço

Do verso que canta,

Passarinho pede licença

E o texto rompe a regra.

Como quem perde o caminho

Para achar outra forma, ou fôrma.

Não tem paciência a ciência 100 par!

Era do nada, um nada de menos ainda? Só calmaria de vento abanando, página virada.

Sopro q não soa, canta...

Pano de pó letrado.

Poeira de rabisco...

Risco de poesia...

Com assinatura de nome de apóstolo

Que perdeu a cruz e moveu a espada

No cume da santa

Palavra inventada.//

Para o poeta P. Rocha//

...

A saúva //

A saúva que é viúva

exímia cortadeira //

Leva a horta do moço

E o almoço da abelha. //

Porque sem folha não tem flor

e sem flor não tem mel //

Dona abelha chateada

Dava voltas pelo céu. //

Também dizia o gafanhoto

Nada sobra para mim //

E mordia o pé canhoto

Do menino curumim. //

Dona formiga se perguntava:

porque ninguém fala comigo? //

Se não tenho sossego

também não tenho amigo! //

Afinal todos nós sabemos

não é mentira de macaco //

que conversa de formiga

é só trabalho, trabalho... E trabalho. //

Resolveu a insetada

procurar a cortadeira //

que se defendeu zangada

dando bronca na abelha. //

Aprendemos desde cedo

que o inverno é frio e rigoroso //

depois as chuvas de verão

e outro inverno de novo... //

Todavia com tudo isso,

aprendi uma lição //

Com amigos dividimos

a conversa, o chão... O pão. //

E a partir deste momento

esta decidido enfim //

vou buscar comida longe

E não tropeçar no curumim. //

Confrades ilustres,

há um “porém” que ninguém foge //

são os desejos de cada um

que fere e tanto comove. //

Hoje dividimos isso

depois aquilo, e aquilo outro //

Concordamos, discordamos,

É a natureza de todos. //

Por isso sugiro em gesto solene

E o peito cheio de alegria //

A palavra que faltava:

De –mo – cra – ci – a... //

...

Para Mario Quintana //

Eles passarão... Mario passarinho

E eu, quieto feito flor,

Cumprimentarei os dois

Na página da paisagem ...