terça-feira, 22 de março de 2011

Procurava pedaços do meu pai sumido, em objetos. Uma fotografia, um quadro velho, tecido de roupa usada, e antiguidades. Com o tempo a mania foi piorando e acho até, que em certo ponto, chegava a apresentar sintomas claros de doença psiquiátrica... Mas falava pouco sobre o assunto, e na casa de campo velha ou na outra, ou mesmo no apartamento de minha avó falecida, garimpava como quem buscava ouro... Nos retalhos do meu pai... E o corredor de vento marinho esvoaçava as idéias enquanto a Avenida Atlântica, insone, traduzia a pressa dos outros, que não era a minha... Tantas vezes senti minha avó e seu perfume; e dizia viva! Se v Procurava pedaços do meu pai sumido, em objetos. Uma fotografia, um quadro velho, tecido de roupa usada, e antiguidades. Com o tempo a mania foi piorando e acho até, que em certo ponto, chegava a apresentar sintomas claros de doença psiquiátrica... Mas falava pouco sobre o assunto, e na casa de campo velha ou na outra, ou mesmo no apartamento de minha avó falecida, garimpava como quem buscava ouro... Nos retalhos do meu pai... E o corredor de vento marinho esvoaçava as idéias enquanto a Avenida Atlântica, insone, traduzia a pressa dos outros, que não era a minha... Tantas vezes senti minha avó e seu perfume; e dizia viva! Se vc esta aqui também permaneço! Assim passaram anos... E o pai q trabalhava de sol à sol nos afazeres de uma fábrica que eu chamava de feudo, sempre vi de passagem ou nos horários programados. Eram assim aqueles tempos. Muita bordoada no verbo; e desatenção com a prole, que éramos todos. Mas sempre amei o cara... E garimpava os pedaços... Com o tempo me desapeguei de quase tudo. A vida implacável me ensinara de vez a não cortejar a matéria. Olhar quem não tinha nada e precisava de uma palavra. De orientação! Criei o compositor para fazer vingar minhas lágrimas; e chorei no colo sonoro do bojo de um violão... E mergulhei para dentro, e achei que sabia dos santos. Como? Se nem podia comigo mesmo! E comecei a doar algumas roupas, depois discos, alguma tela da parede. E esquecia canções porque elas sempre se lembravam de mim. Como acordar e adormecer... E improvisei no palco dos outros, errei e acertei, e deixei o vento frio que não era do mar invadir outros corredores. Abri janelas que não eram minhas para num momento próximo ao fim, de uma etapa qualquer, realizar que a tubulação de um sítio cuja venda pessoalmente sabotei; não importava mais. A casa permaneceria! Primos herdariam! Essa sensação me interessava. Minhas mais doces recordações de moleque velho teriam aonde passear. E minha avó também.Que fosse pelas frestas de uma cerca!... Fecha os olhos e respira João. O coração é o mundo; órgãos planetas, e um sonho de yoga pode transformar sim... Pensando num pai imaginei o que diria aquele que mora no céu e todas as noites me fez dormir. E me ouvia rezar. E substituía panos por silêncio e gravuras por recordações. De oxigênio puro refiz minha paisagem; ar que não pesa e envolve; e leva... Não há mais tempo para nesgas de acontecimentos que não existem mais... Deixei o relógio e pús as horas, no sentido do movimento... Que era o vento de todos os lugares...

cê esta aqui também permaneço! Assim passaram anos... E o pai q trabalhava de sol a sol nos afazeres de uma fábrica que eu chamava de feudo, sempre vi de passagem ou nos horários programados. Eram assim aqueles tempos. Muita bordoada no verbo; e desatenção com a prole, que éramos todos. Mas sempre amei o cara... E garimpava os pedaços... Com o tempo me desapeguei de quase tudo. A vida implacável me ensinara de vez a não cortejar a matéria. Olhar quem não tinha nada e precisava de uma palavra. De orientação! Criei o compositor para fazer vingar minhas lágrimas; e chorei no colo sonoro do bojo de um violão... E mergulhei para dentro, e achei que sabia dos santos. Como? Se nem podia comigo mesmo! E comecei a doar algumas roupas, depois discos, alguma tela da parede. E esquecia canções porque elas sempre se lembravam de mim. Como acordar e adormecer... E improvisei no palco dos outros, errei e acertei, e deixei o vento frio que não era do mar invadir outros corredores. Abri janelas que não eram minhas para num momento próximo ao fim, de uma etapa qualquer, realizar que a tubulação de um sítio cuja venda pessoalmente sabotei, não importava mais. A casa permaneceria! Primos herdariam! Essa sensação me interessava. Minhas mais doces recordações de moleque velho teriam aonde passear. E minha avó também.Que fosse pelas frestas de uma cerca!... Fecha os olhos e respira João. O coração é o mundo; órgãos, planetas, e um sonho de yoga q pode transformar sim... Pensando num pai imaginei o que diria aquele que mora no céu e todas as noites me fez dormir. E me ouvia rezar. E substituía panos por silêncio e gravuras por recordações. De oxigênio puro refiz minha paisagem; ar que não pesa e envolve; e leva... Não há mais tempo para nesgas de acontecimentos que não existem mais... Deixei o relógio e pus as horas, no sentido do movimento... Que era o vento de todos os lugares...