quarta-feira, 20 de abril de 2011

Acordei sem sonhos pela primeira vez em muito tempo. Pensei que poderia adormecer tranqüilo depois de presenciar o último telejornal da madrugada. Mudavam os nomes e carteiras de identidade; somente! Parecia ridículo repetir estórias comuns de carros que “desfaleciam” aos tantos quilômetros; e enchentes que afogavam cidades inteiras. Porque naquele dia, despertei com as idéias anestesiadas e morri pela quarta vez; daquele mês cinzento de novembro... Pareciam não aparecer de novo, esconder a lama, os desafetos. Conviver com o silêncio turvo da alma acelerada. E haviam corredores abertos abarrotados de gente e carros passando no meio; cuspindo fumaça de gasolina como fumante enrugado de tempo. E todo jeito de senhora gorda e porco magro. Pudesse até ser Copacabana quando todos os relógios quase que simultaneamente apontassem doze horas e meia em movimento único. E questionamos cada pedaço de nós mesmos. Dissecamos nosso enredo perdendo as vistas todo e qualquer defeito de fabricação. Mas reparamos os detalhes do outro. Com olhos de felino, sem alma de índio. Onde cada passo inicia o seguinte. E a cadeia alimentar abastece a prole e desafia a existência. Porque não são idênticos os direitos; e a selva não é de pedra, tem outro nome. Metrópole, cidade grande, capital! O erro conjunto e ode a má qualidade de vida. Amontoados; na jaula de quartos que te cabe...