sexta-feira, 27 de maio de 2011

Autores Russos

Tinha paixão por autores russos. Era um texto de beleza fria, por isso de olhar amplo e generoso. Palavras que romperam o regime, traduzindo para diversas línguas, a resistência de um povo. A origem, seus movimentos e contratempos. E não estamos falando da língua inglesa não, meu velho! É russo! No máximo dirás vodka. Ou alguns nomes, quem sabe. Sasha, Ivan, Dimitri!...

Pensava nas prisões geladas de Dostoievski, na chave mestra de Tolstoi que desejava unificar todas as bandeiras, no nariz de um Gogol alucinado e de Tchekov. De forma particular, o texto do teatrólogo intitulado O Monge Negro, me chamava especial atenção. Era fininho, da espessura do menor dedo. Erudito, cansativo, mas de profundidade abissal.

O personagem conhecera o habitante de si mesmo; alma; ou espírito se conveniente for. Convivera avisado sobre as benesses do silêncio, mas desabafara, e por fim, tachado de doido acabou numa clínica... É compadre, calasse a boca e não aturaria um sonoro eu te disse, no transbordar derradeiro da própria caligrafia!

Geniais os caras. Épocas duras. Aliás, naquele lugar: Quando a vida não fora dura? Gelada? Até hoje! Navegar era coisa de navio e o pensamento radical do regime, palavra de um homem só.

Diversas vezes me perguntei como Dostoievski fora ele mesmo. Burlar com palavras e, pagar a língua atrás das grades. Não importava. Tinha palavras! Via o mundo acinzentado sem jamais perdê-las. Congelando feito passarinho ao relento, fomentando uma dor escrita, ao mesmo tempo em que rude permaneceria. Até terminar a vida; Quão triste poderia ser um homem; para parecer aquele, pensava. E havia sido. Ah! Se havia!... E lia, lia, lia...

E o inverno? Se não houvesse sido menosprezado por incautos generais, ou se soubessem do seu poderio, das duas uma: ou corriam, ou agiriam de forma mais sagaz e talvez, hoje, falássemos o mesmo idioma.

Textos diziam que durante todas as guerras, a preocupação maior do exército bolchevista não era espionar, mas contra-espionar. Fornecendo provas, desertores e boatos para confundir qualquer coisa que Lênin definia como: intelectuais ávidos por trabalho. Dessa forma, achava interessante fomentar linhas de raciocínio que desviassem o foco e perdessem de vista. Era a desinformação. A visão do ato ao contrário, para se alcançar o meio! Fantástico, não!

Sobreviveram da contracultura os conterrâneos de uma literatura extremamente particular, complexa, poética. Com mãos de ferro e frio nas mãos. Era a tundra, descolorando neve branca... De alguma forma.

Também discorriam boatos sobre o armazenamento de bilhões de dólares em bancos americanos. Aguardariam uma possível queda da moeda para a injeção de capital e posterior recolhimento. Enfim! Planejavam no contragolpe do outro. Desabaria a maior economia do mundo com seu rabo preso, e mãos atadas...

Numa alusão a nossa tradição, diria que aguardavam uma meia lua de compasso para entrar com aquela rasteira bacana da capoeira... Definitiva!...

Pai nosso, q esta tão perto;

Quando os meus olhos descansarem desse dia,

faz meus pés pisarem nuvens; e o corpo adormecer

sobre um cobertor luminoso; e tão negro;

que qualquer ponta de estrela possa respingar

a paisagem dos meus sonhos . Amém...!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Pobre Povo Americano

E pensava sozinho. Pobre povo americano. Não falo das grandes esferas do poder. Mas naqueles que votaram e não perceberam as intenções de um presidente com nome de calça jeans...

O Iraque, definitivamente, seria o novo Vietnã. Estava fadado! Não enxergar era quase fotofobia social. Os donos do mundo se repetindo, com sangue jorrado do solo pátrio aos confins de Bagdá. Não levantaram as bandeiras da Onu com os ventos sagrados de Alá. Era a ressurreição dos campos de guerra sob a ótica de outra bandeira.

Foram divulgados quatro mil óbitos americanos! Todos sabem - ou deveriam - que é muito mais. Multiplique a notícia duas, três, quatro mil vezes. Qualquer jornalista sabe disso. Qualquer leitor deveria! Se pura dedução ou matéria universitária, a verdade era, e é, uma só: chato pensar nos pais daqueles meninos. Nas ordens, das ordens, desordenadas. Nas missas de sétimo dia e tiros a esmo, louvando a nobreza de se esvair em nome de uma putaria universal. Venda o homem ou a arma, perdão; A alma. Mas venda!

O sujeito se prepara, acredita, devora filminhos de pancada e por fim desaba do outro lado do planeta. E num último suspiro de existência, durante o fio derradeiro de oxigênio, percebe em inglês sobrevivente que deus nunca teve cara de reitor e jamais saberá o nome daquele que disparou, ou explodiu, levando todos os restos de suas gerações, sobrenomes e histórias.

Há quem pertenceria todo aquele movimento? Uma guerra sem dono, profilática. Jamais provaram reais iniciativas nucleares, mas sabiam das tribos. Como criar regras, suprir diferenças. Como duelar se para tantos, do outro lado da cerca, a morte é o paraíso, abarrotado de virgens. E não querem guerra não... Pobres meninos do ocidente. Plagiaria Gil, e diria: oriente-se rapaz!

Do outro lado a covardia de uma tecnologia alienada do resto sucumbe as nobres ondas independentes de uma web tutora da nova ordem. Onde navegam os justos e uma brisa de verdade.

A dor voada, traduzida. Nas estrelas de bandeiras visíveis em carcaças de mísseis. E frases ofensivas a um povo que não traduz. Ódios alimentados por todos os lados; Onde água não jorra e transborda oleosa e negra. A mesma dependência moderna... Poços e poças... De água... E petróleo.

Falam em possíveis abalos sísmicos de proporções estúpidas similares a de 1812. Naquela época ocorrera o maior de todos os terremotos “made USA”! O epicentro começara numa cidade chamada Nova Madri. Compreendera qualquer coisa referente ao que hoje correspondem as áreas de Menphis, St Louis e adjacências. Milhares de quilômetros tremendo sem parar. Ouvi dizer, meses! Peças de concreto, tombando feito isopor.

Relatos falam num forte cheiro de enxofre, e vulcões de areia que ululavam em constante progressão. Um ajeitar uterino das profundezas, emerso. A cólera de um capeta acordado. Seria a dor planetária traduzida além dos desejos de um deus muçulmano! Justiça divina premeditando o futuro? Seus fomentadores, formadores de opinião e diretores de cinema.

Previsões afirmam que num futuro próximo, haverá nova e similar reação temporal. Bilhões de dinheiros despendidos, ao invés de guardado para reparar estragos de outra anunciação científica?...

Certa vez pensei sobre o fato de não pertencermos à parte alta da melancia. Outro hemisfério é tudo de bom! Vá lá! Temos uma guerrilha particular, morreremos no país do futuro estando constantemente sujeitos a chuva e trovoadas. “Zilhões” de um etc! No entanto, tornado ventado e registrado foi em qualquer pedacinho de nordeste. Além de terremotos de pouca expressividade. Ousaria “chutar” que a notícia anunciava o cerrado piauiense.

Esse lugar é lindo, não! Ressaca quase sempre é aproveitada por surfista ou é o dia seguinte ao porre, e se o ilustre congresso chupado fosse por uma fenda, no melhor estilo Grant Cânion,. Com certeza seria cuspido por um desses vulcões de areia que surgiram em Menphys, para uma posterior e inevitável deportação.

Tirar a guerra de um homem é impossível.

Anestesiei minhas palavras;

As lágrimas dissolveram a tinta

Da esferográfica ultrapassada.

Porque a dor de saber e mover

A passo de montanha,

É desdenhar do tempo.

O perdão é humano!

O cérebro falível!

Mas tudo esvai,

Quando o coração fala outro idioma...

Quando eu morrer no divino silêncio

Pensarei em você com gotas de chuva

Para cobrir sua casa de alma; energia

Que na água encostada;

Faz corredor até a sua porta...