terça-feira, 22 de abril de 2014

Pensei naquele...

Que dividia comigo sua existência invisível. Sempre preferi acreditar que negociava com quem me habitava. Alma! Rezava em silêncio por aqueles que não sabia e cantava para explanar minha forma de conjurar a vida, sem maiores conhecimentos de causa, com ouvidos, e olhos que dispensavam lentes de ocasião.

Tx apresentado em evento da grife balaco / Julia Vidal 

3 guerreiros

por João Das Letras,

O índio afro se agacha; e por entre as mãos escorre a terra; a mãe. Ali tudo se encontra; nasce. Penso nas muitas luas do Poeta Mario Quintana, quando dizia poder refletir em cacos uma quantidade... De luas! O que na planície de um espelho só seria... Um único reflexo... Não somos melhores, ou piores e coração não escolhe credo ou raça.

Na flecha de Oxossi criamos o rumo; perdemos as garras e presas, mas aprendemos a fazer o arco cujo formato da madeira lembra... Uma ponte!  Oxossi representa a fartura dos tempos que não esvaziam as mesas; e talvez a ponte, a outra margem; ou tudo o que podemos fazer para transformar. Oxossi Expressa à vida na totalidade da sua essência; da sua existência! E não seria esse o desejo de um rei! E se tornou brasileiro, porque aqui seus filhos chegaram de navio. E nessa floresta, o caçador fez morada. Salve Oxossi que é rei de Keto!
A espada de Ogum faz a estrada; chegar até aqui, por exemplo! O fio do aço que abre os caminhos; o movimento que junta e agrega. Ah! O progresso daqueles que são entendedores das próprias vistas! Às vezes somo tão míopes com nossas próprias atitudes; por isso nas situações difíceis, os filhos de Ogum tomam à frente. Também são guerreiros; que olham no olho catando justiça; e roda vento com metal de homem nervoso; porque palavra é palavra... E só pensa em voz alta, quem honra o passo seguinte.

... Agora, meu último instante; exatamente agora; Aqui! E peço licença para montar o cavalo de Jorge; acompanho a paisagem que insisti... Louvo então os amigos! Para a igreja, São Jorge é um dos quatorzes santos auxiliares; isso é: aqueles que trabalham a cura. Jorge que doou sua herança aos cristãos, e torturado, renasceu no castelo de Deus. Salve Jorge da Capadócia!
Porque aquele índio que apalpa a terra e colhe os frutos somos todos nós. Nossa tribo, nossa selva, nosso castelo, nossa casa // nosso DEUS // Nossos cavalos; nossas pernas. E somos os guerreiros vestidos de santo. E todo dia acordamos para outra luta; e nascer e aprender e perdoar, compreender, acolher... Tudo isso para nós, senhores, há uma tradução; fiel; ou um resumo somente; uma palavra gentil... Amada... Pátria minha... Brasil!
Sabe q Fernando Pessoa quando era criança dizia q a lua era a "Nossa Senhora do Silêncio"... Q tenha uma iluminando o teto do seu quarto... Mesmo q o céu fique do outro lado!


Do que vale morrer de sonhos... Sem pés para caminhá-los!
FELIZ ANIVERSÁRIO... Disse ao meu espelho; quando duvidava!

Não tenho horas; p perdê-las. Por isso conto nos dedos dos pés o caminho seguinte; Pudera montar ponteiros e retornar. Mas pensaria duas vezes. 2as! Se pudesse! Então alinho o calcanhar e impulsiono a MINHA palavra. Como se a "lida" ao cavalo agradecesse; e seguiria o próprio rumo... PQ... Não tenho horas há per... E desde pequeno, muito; acredito na prestação de contas... Só uma opinião!

Porque o plural da minha dor sou eu. E o restante da platéia que me perdoe. Mas ainda assim, serei o primeiro da fila; expectador, espetáculo; parte. Quem se habilita? Tomar a voz do dono e recomeçar o ato. Ser o próximo palhaço, passante. No próximo instante de interferência. Movimentos são como o vento; fazem e se refazem transparentes; em constantes proporções que não cessam... Mas voltam!
 
 Esse tx publicarei sempre... Justiça senhores; carinho para c o próximo! 



... Meu Irmão //

Vi meu irmão com riso gordo de quem fazia uma fazenda. Dizia com o peito rechonchudo de orgulho que era na divisa de Goiás e Bahia. Era um riso sem contratos, notas, papéis. A sociedade provinha de muito tempo. No colégio eram os melhores amigos e suas histórias testemunhas sempre tiveram. Se o pai do cara fora capa de revista e notório caloteiro, isso muito pouco importava. Eram amigos! Dividiam o mesmo time, o mesmo tempo. Aquele que jamais desfiaria. Romperiam os anos entre cada florada.

A sede com telhas de barro confeccionadas nas coxas e eletricidade à base de óleo diesel. Farinha pilada com feijão derretendo na panela de pedra que descansava horas sobre um fogão de lenha. O chão seco que durante meio ano se inundava de chuva e pintava a paisagem de verde; o miado da onça no caminho. Quem não viu cobra tomando banho de sol não era dali! Enquanto tinha criança no rio o pai zelava. Ninguém sabia quando jacaré tava com fome ou sucuri saia pra passear. Contam que a maior de todas morava debaixo da ponte num tronco largo de madeira morta. Outros diziam que era lenda, mas nunca ninguém pagou pra ver. O mundo longe da TV era outro para todos nós. Menos para meu irmão que subdividia seu corpo breve líneo entre as capitais e o seu interior. Aos pés do Rio Formoso meus joelhos encostaram a terra e agradeci todas as horas atravessadas para se chegar naquele lugar. Pensei ainda que tudo fosse menor e o mundo por um breve instante existiria somente até onde a vista pudesse perceber. Se um deus passou por algum lugar... Ali era perto;



Depois veio a trovoada; o GRANDE amigo se rendera ao pai que fora capa de revista esquecendo os anos como quem ignora a própria existência. Pobre rapaz! Vendera sua alma com o bolso cheio de ouro! Não queria matar a fome ou comprar remédios. Viveria o resto dos dias olhando para baixo em nome de uma honra desconhecida, de uma ética milenar passada de pai para filho. Não bastariam esposas ou conselhos para combater tão fortes alicerces. Na capoeira era rasteira. Entre os sábios que não sabiam jogar, estratégia. Não importava. Meu irmão tombou e eu cai junto com ele, em silêncio. A vida também me pregara uma peça e abatido me esquecera de olhar para o lado. E o cara era um pouco de tudo e o amigo de sempre. Turrão mas fazia rir. Um coração largo, à toa. As coisas pareciam pequenas quando estava perto dele.

Que a gramática perdoe o verbo e nomes chulos que porventura apareçam! Poucas vezes contive tanto ódio! Não a um homem somente, mas aquela conjuntura fétida de poder e possibilidade, que mutilava sonhos e criava cobras como quem finca o facão num talo de raiz. Era uma dor desumana! Dar a outra face como diria o homem santo ou cobrir de pancada como qualquer um? Louvar algozes é levantar a mão! Quem planta com a alma não deve proferir golpes. Assassinar os dias seguintes ingerindo lodo, envelhecendo células. Chorei sozinho o término grotesco da sociedade e a terra pisada e cada pé de café. Poderia afirmar com total segurança, que se sonhos virassem nuvens, teria desmanchado todo acúmulo de líquido, que meu irmão seco de tudo não conseguiria mais derramar.

Quando acordei, no meio do sono ruim, senti o cheiro de grãos...

Lembrei de um mestre, da capoeira, dizendo que quando rico perde se muda, procura psiquiatra, tem aquela síndrome de pânico; e vocifera verborrágico, sugestões grotescas para o controle da natalidade. O resto, vira três copos de cachaça, passa a mão na boca e vai tocar a vida. Aquela resolvida na labuta de todo dia. Percebi no acaso dos acontecimentos como podia um homem tornar-se imenso. Anos de dedicação que se tornaram peças de lego, enquanto buscava um desejo de sorriso e repetia com elegância; Fica tranqüilo que dia desses faço outra. Passou a mão nos olhos, pôs os meninos nas costas, pegou a mulher (salve ela!) e se encheu de ar. Fez outros negócios, içou a vela pra outros cantos, transformou paisagens.

Hoje o mundo tornou a ficar pequeno. Invadiu a paulicéia e ingeriu CO2 como quem bebe vinho no gargalo. De lá pra cá, e vise versa, invertendo radares sem perder valores. Voou para longe e traduziu anseios. Conseguiu crescer a cada empreitada. Aristocracia única que faz morada no coração dos grandes. O perdão praticado na essência sem nota em diário oficial.

Desprender-se era! Aprendi com ele... Não sei, não, dizia. Mas é pra frente que se anda! “Tamô” junto...