terça-feira, 17 de março de 2009

Envelhecimento // Às vezes acho q o ser - humano envelhece para aprender a ver a vida de forma mais simples. E dimensionar pequenos movimentos ao redor, ou mesmo nas próprias juntas. Decidi que queria ser goleiro; aprender a cair para levantar. Em nome do exercício psíquico de existir, não somente moldar. Ou mesmo a glória passageira do inter-rompimento de um ataque alheio. Um subconsciente clamando na marra para aprender. A derradeira possibilidade... O impedimento de toda uma costura de ataque, que caminhou na paralela da linha de cal, pé a pé, num toque quase perfeito... Quase... Havia o último de todos. O único a pôr as mãos na bola, a divindade maior daquele momento, quase religioso. O goleiro! O preço que hei de pagar? Eu sei! Dores que prevêem a meteorologia que com certeza valerão cada segundo de memória e histórias para contar. É tão maravilhoso ver a rede balançar!? Perguntavam. Porque, ventania refresca!... Imagino ser esta a ótica do arqueiro. Por isso mesmo tento repetir. O cerne, a essência. O entretenimento em se buscar a raiz, onde tudo caminha para outro começo. Naquela hora, unicamente ali me esqueço do resto, e da vida inteira... Voando feito passarinho velho... Continuando a vida e desdenhando dela. E meu primo irmão por toda história, com sua caixa torácica dimensionada e pernas de cabrito, é o beque. O penúltimo capítulo antes do contra golpe. O último soldado. Pensamos assim! Tudo certo se o gol for um movimento inevitável. Demos o melhor de todo tempo corrido. Mas não há limites naquele momento! O corpo quente embebeda os neurônios que por hora e meia pensa ter novamente vinte anos. No dia seguinte todo mundo roxo, quebrado... Feliz.