segunda-feira, 30 de março de 2009

O Tempo parte 4 /
/ Sol e lua e fogo e água, mesmo que salgada, escorrida dos olhos de pedra daqueles que perpetuavam o descompasso. E era uma lua doce. Dona da noite que se deveria compreender! A herança progressiva de acontecimentos modernos parecia surtir efeitos contrários. A ferrugem do tempo corroído pelas suas promessas. Os homens... Foram passando meses, anos, décadas sem ponteiros.
O sol com a fúria marcial de um deus índio percebia a lua cozendo estrelas que desapareciam sucessivamente na vermelhidão de todo dia. Quando aqui noite fosse, do outro lado, não mais seria. Aos poucos – e isso não se contava - sucumbiria ao prateado lunar. Quem poderia imaginar? Tão pequena era a outra. Serena. Despertara silenciosa, o amor do maior de todos os astros. Era um sentimento quase humano e nessa história, cheia de deuses, indigno. E por motivos que jamais nos caberão! Há centenas de séculos atrás, a terra congelada provara o gosto da distração do astro rei. Um desastre, ou melhor, uma imensa transformação com óbitos gigantescos de dinossauros.
O que poderia o Tempo, senhor todo poderoso, fazer? Perdoar algozes como quem renega a própria imagem. E Isso era Deus Proteger quem bate e florescer caminhos. Tudo muito difícil para nós. Éramos muitos, e, tal qual formiga, canibalizando culturas, dicionários, bandeiras. Eram irmãos da criação e parte de um todo que se movimentava lentamente, imperceptível. Ao longo da jornada a vida passava dentro da astrologia de cada um. Alterar planetas seria ceder, ao destino que a cada um coubesse.