sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Tempo parte 6 /
Contudo, também o senhor tinha lá seus trunfos. Acreditava que sem platéia deuses se perdem. Decidiu pintar de cinza a paisagem, acimentar as cores nublando sucessivamente semanas inteiras.
Eram acúmulos de água potável que se desfazeriam sucessivamente. Quem soubesse da história choraria uma dor molhada. Rezaria para todos os santos! Precisava dar limites e do tempo, quem tentou correr, ficou pra trás.
Mas sabia bem do vento que num sopro de manhã, se bem quisesse, o encanto desfaria. Era simples. Bastava empurrar uma nuvem contra outra. Derreter a dor em chuva, provocar eletricidade. Sabia dar espetáculos, era ardiloso, não ruim. //
Carregava uma agonia que não sabia. Estava sempre correndo, levando, esbarrando, pra dizer que a vida era simples; Mas não sentia assim! Destelhava casas pra lembrar que todos respondem a mesma floresta, ou qualquer outro nome que se desse... E era ele o responsável por terríveis alegorias. Pequenos tornados, imensos furacões! Questionava a existência que em momento algum poderia ser compactada na palma das mãos. Muita coisa nessa vida não tem dono, tão pouco é palpável. Existe e responde com silenciosos movimentos... De atitudes por vezes muda... (Continua)