sexta-feira, 14 de maio de 2010

A saúva

A saúva que é viúva

Exímia cortadeira

Leva a horta do moço

E o almoço da abelha

Porque sem folha não tem flor

Sem flor não tem mel

Dona abelha chateada

Dava voltas pelo céu

Também dizia o gafanhoto

Nada sobra para mim

E mordia o pé canhoto

Do menino curumim;

Dona formiga se perguntava

Porque ninguém fala comigo?

Se não tenho sossego,

Também não tenho amigo!

Afinal todos nós sabemos

Não é mentira de macaco

Que conversa de formiga

É só trabalho, trabalho... E trabalho.

Resolveu a insetada

Procurar a cortadeira

Que se defendeu zangada

Dando bronca na abelha

Aprendemos desde cedo

Que o inverno é frio e rigoroso

Depois as chuvas de verão

E outro inverno de novo...

Todavia com tudo isso,

Aprendi uma lição

Com amigos dividimos

A conversa, o chão... O pão.

A partir deste momento

Esta resolvido enfim

Vou buscar comida longe

E não tropeçar no curumim

Confrades ilustres,

De um “porém” que ninguém foge

São os desejos de cada um

Que fere e tanto comove

Hoje dividimos isso

Depois aquilo, e aquilo outro.

Concordamos, discordamos,

É a natureza de todos

Por isso sugiro em gesto solene

E o peito cheio de alegria

A palavra que faltava:

De –mo – cra – ci – a... //