A saúva
A saúva que é viúva
Exímia cortadeira
Leva a horta do moço
E o almoço da abelha
Porque sem folha não tem flor
Sem flor não tem mel
Dona abelha chateada
Dava voltas pelo céu
Também dizia o gafanhoto
Nada sobra para mim
E mordia o pé canhoto
Do menino curumim;
Dona formiga se perguntava
Porque ninguém fala comigo?
Se não tenho sossego,
Também não tenho amigo!
Afinal todos nós sabemos
Não é mentira de macaco
Que conversa de formiga
É só trabalho, trabalho... E trabalho.
Resolveu a insetada
Procurar a cortadeira
Que se defendeu zangada
Dando bronca na abelha
Aprendemos desde cedo
Que o inverno é frio e rigoroso
Depois as chuvas de verão
E outro inverno de novo...
Todavia com tudo isso,
Aprendi uma lição
Com amigos dividimos
A conversa, o chão... O pão.
A partir deste momento
Esta resolvido enfim
Vou buscar comida longe
E não tropeçar no curumim
Confrades ilustres,
De um “porém” que ninguém foge
São os desejos de cada um
Que fere e tanto comove
Hoje dividimos isso
Depois aquilo, e aquilo outro.
Concordamos, discordamos,
É a natureza de todos
Por isso sugiro em gesto solene
E o peito cheio de alegria
A palavra que faltava:
De –mo – cra – ci – a... //