sexta-feira, 14 de maio de 2010

Silêncio Ah! Já fora silencioso e bucólico o bairro do Jardim Botânico. Apesar de uma desenfreada e inevitável tendência a pólo gastronômico, sofrem os que como eu, trocam madrugadas pelo dia, na tentativa de burlar as normas, e “reproduzir” silêncio. Não bastassem guardadores de carro garantindo aos berros vagas, temos o prazer de contemplar o mais novo exercício de cidadania. Bonificar o funcionário público, com indeferível direito, de enquanto exposto ao exercício da profissão, ou melhor, construção, ouvir aos berros qualquer estação, ou transmissão... Ou qualquer hora! O vigia noturno ensaiava um passinho e acompanhava as últimas tendências eletrônicas através das caixas de som do carro de um carinha dependurado no alto de um poste. Enquanto remendava um sinal e cumpria sua função, chacoalhava a cabeçinha pequena. Passarinho canta, não aumenta o volume. Inventaram uma porra pequenininha chamada ipod e tem outra das antigas chamada radinho de pilha. Quem sabe do Maracanã... Enquanto isso, quase todo dia, uma nova batida, debaixo; do mesmo poste. A pressa de se viver com pressa, sabe? À noite reformas num banco que é único. E nenhum vizinho faturou com a lei do silêncio! Meses! Do privado ao público, a privada novamente. Mania essa da classe mediana em se calar. Notas de jornal quase nunca dão endereços.