terça-feira, 22 de junho de 2010

O sol, implacável, despertaria sua ira. Queimaria a pele dos homens e das folhas e qualquer sombra de teimosia. Se a tudo iluminava convidaria os olhos então... A reflexão; Emanando odores, evaporando água suja, e criando desertos inteiros como quem adverte a própria existência. Secaria a língua dos feitores, de suas mulheres e filhos; entendia que o perdão escondia a necessidade. Era um guerreiro, um general. Alastraria a fúria dos oceanos e as rachaduras do deserto. Secaria rios e inundaria paletós. Deveria conter esse ódio nuclear. Investimentos milionários que travestiam a própria miséria. Fortuna suficiente para fomentar a paz em qualquer parte, qualquer continente. O planeta azul geóide circundado por... Lixo! E lá se vão pagãos da alma universal. Derretendo geleiras, assoreando rios. Eram amantes da própria desordem. Mas pagariam maltrapilhos e afortunados. As sobras seriam saqueadas por quem pudesse. É como se as mãos do cangaceiro Virgulino novamente sangrassem a caatinga e escorresse seiva terra afora. Não sabiam os astronautas quão negros eram os inacessíveis buracos ou as profundezas de cada um. Sabiam apenas que a princesa era azul. A certeza caminhava sob os pés de quem estava onde se via. Via Láctea, via satélite. Contemplavam com conhecimento de causa a tela pintada por um deus artista. Chorariam dentro de suas armaduras. Pobres homens astronautas Somos nós! Mudar costumes, hábitos. Gerações e gerações. É como se as necessidades não fossem indivisíveis e comuns àqueles que compartilhavam oxigênio e pisam o mesmo chão. As máquinas ruminando horas de combustível químico obedeciam às diretrizes dos que não se importavam. Moradias amontoadas. Eram latifundiários da própria cova remendando o Tempo. Novamente e sempre. Inevitável senhor de tudo. O TEMPO!