quarta-feira, 23 de abril de 2014

Ler batendo palma...
Ladainha de Capoeira
Na Bahia quem sabe eu seria
Um mestre cantador
Que conversa com caboclo
No movimento do tambor
Manda dizer lá no terreiro
Nas ruas do Rio de Janeiro
Na roda ninguém tem mais dinheiro
E o respeito é o direito de se impor
Aprendi “nuns” minutos da sua hora
Mandei a tristeza embora, Conheci outros mestres
E o respeito que carrego
É como roupa que veste
Gira mundo que gira
Esse jogo é pra rezar
Pastinha virava cobra
Bimba chamava pra lutar
Se alguém pedia pra São Jorge
Ou pra dona Iemanjá
Era o berimbau senhor
Repetindo sem parar
Capoeira é velha senhora
Sabida da vida e do arreio
Voa bonito, voa feio
Feito sapo ou planador
O homem colando os pedaços
Do que o negro costurou.
Capoeira é velha senhora
Sabida da vida e do arreio
Quer dizer mato rasteiro
Quer dizer arma de guerra
A liberdade suada
A saudade que se encerra.
Se as folhas secas se vão
Porque a terra ampara e transforma
Em mantimento que entorna
Pela flora todo tempo
Pela vida, feito formiga
Reiterando o movimento
2x Andei, andei, andei, Andei, andei, andá
Peço licença meu povo, Capoeira vai passar.
Palmas continuam...
Bimba se mudou pra Goiás
Pastinha morreu sem academia
O acervo dos ancestrais
A Bahia não sabia
Que na projeção do mundo
Seria parte da nossa língua
O pé roçando o vento
O corpo em movimento ainda
Mesmo que não parecesse
Possível homem voar
o céu é de passarinho
O chão de quem sabe jogar.
Andei, andei, andei, andei, anda
Peço licença meu povo
Capoeira vai passar.
...Vai silenciando aos poucos, baixinho... Até a próxima!