segunda-feira, 25 de maio de 2009

Repasso como me foi enviado... Vale a reflexão... Numa pequena vila e estância na costa sul da França chove e nada de especial acontece.Dá pra sentir a crise.Todo mundo tem dívidas, uns devem aos outros.Um dia, um rico turista russo chega a um pequeno hotel local. Pede um quarto e coloca uma nota de 100 EUR sobre o balcão, pede uma chave e sobe ao 3º andar para inspecionar o quarto que lhe indicaram, na condição de desistir se não lhe agradar.O dono do hotel pega a nota de 100 EUR e corre ao fornecedor de carne a quem deve 100 EUR, este pega o dinheiro e corre ao fornecedor de leitões para pagar 100 EUR que devia há algum tempo, este por sua vez corre ao criador de gado que lhe vendera a carne e este por sua vez corre a entregar os 100 EUR a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito. Esta recebe os 100 EUR e corre ao hotel a quem devia 100 EUR pela utilização casual de quartos para atender clientes. Neste momento, o russo rico desce à recepção e informa ao dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos100 EUR.Recebe o dinheiro e sai. Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido. Contudo, todos liquidaram as suas dívidas e este elementos da pequena vila costeira encaram o futuro com muito mais otimismo!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

... Estarei fora por um tempo breve... Vou para um desses interiores colher histórias como se fossem flor... E volto logo para contar... Passeie pelo blog... Quase 100 postagens... Seja bem -vindo...
Já dizia o caboclo. Malandro só é malandro até encontrar outro. Chega todo, todo; Esticando os “zoinhos” pra complementar a pose, até perceber num raio próximo que não é o único... Outro marmanjo faz cara de sabedor, tira e coloca os óculos centenas de vezes até depurar o restante da coreografia num surpreendente levantamento de copos. Seca a espuma martelando suavemente dezenas de guardanapos de papel contra os lábios grossos de barba mal feita... Por outro angulo, aquele, o primeiro, gira, olha pro lado que não interessa a nenhuma das partes, delimita o território, e não mija no poste pra não correr o risco de não ser notado, ou dotado de pouco. Por vezes a referência é um imenso problema... E se o galo canta de longe um responde, e depois mais um, e assim caminha a senhora “umanidade”. Sem H mesmo! O tempo urge. Falei noutro dia sobre a abreviação e padronização das palavras, e no absurdo disso tudo... // parte 2 // Mas voltemos a “samambaia”: o ponto é o cercado de solo ruim... Em conluio a total perseverança de uma sedução desajeitada, corrida, decorrida, arranjada, ou desarranjada. Ultrapassada... Quase sempre de passagem! Tanto esforço! E quantas vezes você se deu bem! Ou se juntou... Ou se casou!? E foram tantas e tantas e tantas vezes...

terça-feira, 19 de maio de 2009

EM BREVE EXPO. FOTOGRAFIA URBANA... Produção Nós S.A.

SEJA BEM-VINDO... PASSEIE PELO BLOG...
VIDA // Quanto vale a sua vida perguntei... O preço é a dor de quem fica. Os compromissos inacabados... Mas será que não faz parte não finalizar tudo interrompi... Sabe aquela história de cativar e a responsabilidade disso. Todo mundo teoricamente civilizado já leu sobre o príncipe pequeno... Ou quão grande é lutar junto. Acordar e adormecer com cercas de braços ao redor, unidas e amparando aquele que será o menino da vez... Porque a tristeza continua... Mas uma certeza muito particular me leva a crer que as proporções entre não estar aqui ou estar são as mesmas. Chorar ou sorrir!... Portanto por vezes penso com certo raciocínio matemático que toda tristeza revertida em alegria é onde meu irmão caminha... E nessa hora venta uma vontade de querer voltar... E um sorriso de barco a vela que desenha o rosto redondo na água...
Ontem foi show da BRUXA. Comemoração dos 10 anos de lançamento do CD... É aí que penso nos anos 90 e tudo o que uma geração inteira deixou de construir. Porque se fala muito pouco sobre a música desta época. Ao contrário, os anos 80 renderam textos, livros inteiros, muitos CDs e bandas... E aquele acúmulo de gentes que participaram daquele movimento todo... Na época a banda tocava num monte de lugares e com imenso prazer me incitava a escrever música... E a platéia abarrotada de artistas concordava com isso. Tenho certeza! Risos e divertimentos. Lotava o ambiente pequeno com música pesada e doce (!). Ovacionava o som e suas lembranças... Eu faço parte da torcida... Adoro aquele povo, o som, e uma sonoridade roqueira que o mercado anda precisando... É só uma opinião...

sábado, 16 de maio de 2009

Colagem // "Sempre preferi acreditar que negociava com quem me habitava. Alma! Rezava em silêncio por aqueles que não sabia e cantava para explanar minha forma de conjurar a vida, sem maiores conhecimentos de causa. Com ouvidos e olhos que dispensavam lentes de ocasião... A responsabilidade com que nos portamos enquanto indivíduo seria a bagagem do que viríamos a carregar, pensava. A troca! Amai-vos como se a ti mesmo. Ouvia ali, acolá, daqui a pouco, na próxima... O próximo! Mas toda agressão ao dia seguinte é compaixão estagnada. Praga moderna... Sugiro que ao término de tudo, o caboclo perfure a crosta sem arranhar, deleitando músculos retraídos e adormecendo suave a pálpebra, para rejuvenescer ao acordar. A teimosia é cabra ruim! Sem sobrenome. O procedimento relacionado ao desempenho de cada um, que por causa inerente, frequentemente é renegado - ou não realizado! - acaba por si só, se adaptando!... Mas é preciso esvaziar a garrafa pra depois encher de novo! Do aprendizado ulterior! Ou do seguinte, se preferir ... Senão agoura. Fica parecido com tecido encanecido. Por mais que se entupam de clorofila. O que resta (?)... O corpo? Transporte gratuito de questionamentos! Congestionamento do espírito santo, lotação e purgatório, que é quase a mesma coisa! E é ligeiro o carteiro, por isso não nega e corre atrás! Pra saber do seu mote! E o que venha isso a significar... De passagem... Manda a carta, espera não"...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

No ar a sagrada vibe de Mr. Milles Davies... Meio século do álbum Kind of blues...

SIGA O BLOG... CONTINUA... SEJA BEM-VINDO...

Nota: a crise na imprensa americana esbarrou na tecnologia... Poucos jornais comprados e muita informação via internet... A fonte foi o New York Times...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Um click no flyer... Foi ótimo...

... Fulana estica a cara, põe silicone, ignora as patas e um abraço. É ruga! E terão que inventar qualquer nova epidemia para que seja obrigatório o uso de luvas! Daqui a pouco vão dizer que a burca é o grande lance e que tudo estava profetizado...

domingo, 10 de maio de 2009

As coisas às vezes parecem estar fora do lugar, mas não estão. Creio nisso... Porque se tudo ao redor é pouco importante ou de diminuido significado é na própria raiz que essa verdade se comprova... Explico que se nada em volta tem real poder de transformar ou gerar reações ou mesmo desfazer... Então não importa...

sábado, 9 de maio de 2009

... No furor da gripe suína e na possibilidade de uma mega epidemia internacional, pensei logo nos deslocamentos. Negócios, passeios, e tudo o que se possa ou queira fazer. A própria necessidade de pisar outras paisagens e contemplar outras possibilidades e encher de cheiros e novos sabores a memória que nunca mais deixará de saber. Nem sempre haverão de existir vírus ou qualquer outra forma de prejuízo na bagagem. Mas nos aeroportos apresentam outra “globalização”... Pelo tratar aos visitantes e outras posturas políticas... A China, por exemplo: com seus bilhões de habitantes abriu a caça aos mexicanos. Desejam zelar pelos seus e disfarçar um serviço de saúde incapaz de alcançar tanta gente. Ser pobre é complicado em qualquer lugar! E lá se vão eles a coibir a existência do outro. Outra raça, confinamento em local reservado, ou gueto com outro nome e globalização é o caramba! Bateu na trave e sabe bem você que a palavra era outra... Por isso – por enquanto - salve a internet porque o vírus que navega só detona computadores. Mas creio eu que nos tornamos tão ruinzinhos que daqui a pouco inventam qualquer coisa que pule fora da máquina e te arremesse... Feito porco... Aliás, já ia me esquecendo, adoram comer os bichinhos lá...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Penso no paradoxo q existe por trás da lança Armênia cultuada. Aquela q perfurou Jesus... Há qualquer ponto fora de ordem nesse bordado... Partindo de outros exemplos, os escombros das torres gêmeas em Nova York. Que estranha significância! Até porque o marketing e a América têm tudo a ver e transformar uma área enorme num imenso mausoléu no meio da ilha chama a atenção para o que não deve mais acontecer. Paradoxalmente, no entanto, atitudes poderiam ser interpretadas como incitação as diferenças. E isso também é preocupante... Pensara toda a vida que renegar a memória do holocausto seria renunciar a qualquer tentativa de convivência e paz e o esquecimento... Gera esquecimento... E repetição. Tem que lembrar sim! Mas fico confuso quanto à interpretação da massa. Não falo de mentes isoladas, mas do acumulo delas subdivididas por sua vez. Mas comecei falando sobre a lança. Aquela que levou Jesus a outro plano. Considerar-se-á quem sabe uma chave. Objeto cortante que parira de vez a narrativa católica! Último sopro daquele que nunca fora ladrão e morrera como um Deus... Mas os senhores hão de convir : calara o verbo! E olha, ao correr dos anos, a festa q fazem com o discurso do homem... Um caminho e um escarcéu de sinceridade tão grande, q justificaria sem palavras todas as traduções do silêncio... Compreendo o Santo Sudário. O pano que limpa o rosto que sangra... A cruz perpetuada como a “última morada” nesse aqui de terra... Mas a lâmina que perfurara a carne. Dele que somos todos nós! Confesso que isso me confunde... E por vezes até incomoda... // Comentários? vá ao perfil e passe um email...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Foto: Nanda Scarpa // Uma homenagem aos nossos mestres... Ler batendo palmas... Ladainha de Capoeira // Na Bahia quem sabe eu seria // Um mestre cantador // Que conversa com caboclo // No movimento do tambor // Manda dizer lá no terreiro // Nas ruas do Rio de Janeiro // Na roda ninguém tem mais dinheiro // E o respeito é o direito de se impor // Aprendi “nuns” minutos da sua hora // Mandei a tristeza embora, Conheci outros mestres // E o respeito que carrego // É como roupa que veste // Gira mundo que gira // Esse jogo é pra rezar // Pastinha virava cobra // Bimba chamava pra lutar Se alguém pedia pra São Jorge // Ou pra dona Iemanjá // Era o berimbau senhor // Repetindo sem parar // Capoeira é velha senhora // Sabida da vida e do arreio // Voa bonito, voa feio // Feito sapo ou planador // O homem colando os pedaços // Do que o negro costurou. Capoeira é velha senhora // Sabida da vida e do arreio // Quer dizer mato rasteiro // Quer dizer arma de guerra // A liberdade suada // A saudade que se encerra. Se as folhas secas se vão // Porque a terra ampara e transforma // Em mantimento que entorna // Pela flora todo tempo // Pela vida, feito formiga // Reiterando o movimento // 2x Andei, andei, andei, Andei, andei, andá // Peço licença meu povo, Capoeira vai passar. // ...Palmas continuam... // Bimba se mudou pra Goiás // Pastinha morreu sem academia // O acervo dos ancestrais // A Bahia não sabia // Que na projeção do mundo // Seria parte da nossa língua // O pé roçando o vento // O corpo em movimento ainda // Mesmo que não parecesse // Possível homem voar // o céu é de passarinho // O chão de quem sabe jogar. Andei, andei, andei, andei, anda // Peço licença meu povo // Capoeira vai passar. // ...Vai silenciando aos poucos, baixinho...

Este céu te pertence...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Mímico parte 9 // Começava então o furduncio. A equipe da manutenção largando graxa de elevadores no chão, recepcionistas e faxineiras ululando feito pernilongo e todo tipo de funcionário que "habita" um hospital e não é doutor. O único guarda de plantão, roliço feito um melão, comunicava as autoridades da cidade vizinha que era o fim do mundo. Ninguém optava por aguardar a notícia divulgada! Restariam por fim médicos e enfermeiros... As lembranças, mesmo que distantes, inundavam os mais remotos sonhos ruins. Como separar o passado de um futuro que estava prestes a acontecer? E adianto senhores. Melhor assim! Ainda não tinha conhecimento o protagonista da nossa história sobre o porquê da sua presença naquele lugar. Outros rumos que num rompante aparecem... Soubesse antes e o norte era outro! Imprevisível seria dimensionar o que estava por vir. Ao longe o céu acinzentava o resto e só se via a imagem ventada da tarde acabando. Deus pai, dizia um... Tenha piedade... Respondiam todos. // Continua
De uma forma estranha, mas realmente estranha, me considero otimista. Pela vida afora me coloquei a disposição desta compreensão suave. Foi difícil entender certas frases como “perdoa pai eles não sabem o que fazem”, acompanhar os noticiários etc... Passado muito tempo, cometido de falhas e arrotando minhas teorias acabei vitimado por mim... Mesmo! Porque bem verdade é, que colocamos a disposição do próximo quase sempre, nossos ranços diluídos em lições de moral ou sugestões que elevem o outro. No entanto custo a crer que a maioria não venha a repetir como um papagaio multicolorido suas próprias subjetividades e no ato da comunicação, inconscientemente ou não, venham a trabalhar suas neuroses e se aproveitem do ouvido alheio para uma informal sessão de psicanálise... Verborragia! Comigo não violão... Hoje só falo sobre o Flamengo... Se te ajudar, chuta o bode para escanteio... Não vou escutar ninguém porque uma vez... Sempre...

sábado, 2 de maio de 2009

Ontem fui ao show do cantor Latino... É verdade verdadeira e mentiroso não sou! Jamais compraria um disco ou pagaria ingresso. Mas fui! Levava certa vergonha desavergonhada de quem pensa sobre o porque de se estar alí. E o povo chegando das periferias de um canto desses de Minas Gerais. Ônibus, vans, Kombis, cavalos, charretes, a pé. Mas enquanto o público não lotava o descampado, não tinha música ao vivo... E foram horas de espera até que o sujeito aparece dizendo que "não sabia cantar" por isso não viajava sem um coral. Rebolava o tempo todo e louvava suas dançarinas com elogios de expectador. E óbviamente uma imensa banda com naipes e tudo o que se poderia carregar. O figurino colorido trocado várias vezes todo tempo me lembrava Cuba e a palavra de ordem era "vamô zoar". O cara é um MC! Um mestre... De cerimônias! Foram mais de duas horas de show sem intervalo comercial e total entrega a massa. Uma massa sertaneja que viu naquele carioca de madureira, que certo momento pôs chapéu de peão, o calor da praia, da Baixada. Enaltecia quem era dono do lugar... E agradecia estar naquele lugar... Confesso que sai na quarta canção e no dia seguinte confirmei as informações e impressões. Detalhe: o parque de exposições ficava numa várzea perto de um rio. Era sereno no coco e um frio que sobe pelas pernas... Mas o cara fez todo mundo dançar. Não fosse minha pessoa munida de particular falta de jeito teria me acabado... E não compro disco dele não...

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Ando pensando que já nasci velho, ou não vou crescer nunca. Sentirei o reumatismo dos meses, mas compassar a criança e o senhor... Porque na China, por exemplo, depois de sessenta e cinco anos todo homem é um sábio. E senhor! Sabe-se lá do que? Do tempo! Responderia... E outro dado que acrescenta a narrativa é que são bilhões a compartilhar a mesma idéia. E se a voz do povo... Ou melhor, de um povo...

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Muita gente tem me procurado para desabafos clássicos do tipo: para onde vou? O que será? Minhas escolhas...? Em primeiro lugar interessante seria perceber que antes de ir o cara já está! E melhorar o contorno é suficiente para se fazer perceber outras idéias... Depois, antes de ser já é... Não! É bonito perceber o que existe por trás do caos! É o passo inicial para mudar o compasso. E eu sei que trabalho tem mas dinheiro não... Pode ter certeza que disso eu sei! E sobre decisões, se não são acertadas ensinam pacas. Se acontecerem dentro do planejado é porque deram certo e a questão é arrumar coragem para se perceber... Ainda vamos falar muito sobre o tema. E repara que no canto da foto tem um cabeçudo te observando. O nome dele é Vincent... E também falaremos sobre ele...
O Mímico parte 8 // Contavam os mais velhos que há setenta anos atrás o rio transbordou. Praticamente todo o vilarejo ficara debaixo da água. O hospital construído em outro plano não fora atingido, mas verdade também é que todo mundo correra montanha acima porque parecia até que Deus não queria nada em pé... De lá pra cá se acirraram as responsabilidades com questões climáticas e demais temas adjacentes. Era importante compreender e não deixar no esquecimento as histórias daquele dia. Cada parente deveria lembrar e passar adiante a notícia de que chegaria muita chuva... Com gosto molhado de lembrança velha... De passado que não se esquece... E retornava ao ponto inicial... Iria para a França quando passasse a turbulência... Agora estava finalmente decidido e pronto. Quem não gasta junta e ali consumiria o tempo e alguma boa dose se bebesse... Somente... // Continua

terça-feira, 28 de abril de 2009

E por vezes me pergunto a que lugar pertenço? Não me isento do fato de que a princípio possa, ou melhor, esteja mesmo falando de mim... No entanto, tudo leva a crer, que em algum momento grande, até disso... Nos perdemos. Um mínimo de consciência. Acabamos por fim redirecionando o leme para outros cantos... Talvez o comportamento coletivo, social, ou a busca da sagrada epopéia cívica: casa, família, trabalho (ou renda!). É! Passamos à vida crendo em artifícios divinos sem quase sempre pensar e respeitar o próximo... E a nós mesmos... // É claro que em algum lugar chove novamente. Agora praticamente todos os dias! Se lembra de Blade Runner? E da teoria de Gaya... A esfera lavando a terra e cuspindo engravatados, mulambentos, analfabetos e doutores cheios de dentes. O mesmo ponto! Ou o fim dele!? Tudo sobre o mesmo plano espacial. Endereço? Confins do mundo, rua primeira de todas que é a minha... Porque somos de uma natureza egoísta mesmo... Gostaria de ser vários e estar simultaneamente em todos os lugares para gritar, rugir, ou permanecer em movimentos cadenciados, carregando sacos e reunindo roupas. Esforço humano... Ou humanização... Amanhã também poderei estar nadando em esgoto e talvez alguém que seja muitos ao mesmo tempo possa me ajudar...Torno a repetir... A razão maior dos nossos dias não seria desprender mais tempo e focar as necessidades alheias?... Quando distribuírem as possibilidades... Muita coisa há de mudar...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

O Mímico parte 6 // E a vida aos poucos tomava seu rumo. Para ele, é claro! Iam os meses e suas previsibilidades... Vez por outra ainda exercitava sua capacidade de comunicação muda confabulando silencioso com o espelho da sala. Os dias eram quentes, as noites nem tanto... Sonhava acordado poder voltar a Paris... A nobre arte do palhaço mudo... Mas era o cirurgião do lugar! Quase um cargo político. Por vezes interferiu com destreza em pendengas da prefeitura e falação de partidários. Achava o ó! Era de uma paz branca, melancólica... Falava manso, compassado, articulando o menos que pudesse... Era importante não transparecer seus conhecimentos que nada tinham a ver com a profissão... Uma mão única de sobrevivência. Tudo era muito calmo levantando poeira de lugar sem asfalto. Simples assim! Já havia dito: muitos problemas respiratórios, algumas poucas cirurgias de apêndice e outras ocasionais extrações. Muita orientação e conversa fiada para o tempo não passar despercebido. Enquanto isso a única estação de rádio anunciava a meteorologia... Chuva!... Muita água de nuvem seguia em direção aos montes. Assim chamavam os que acordavam com a paisagem de arenito do outro lado da margem turva... Uma cidade pequena, um hospital menor ainda, um rio que corre e uma tempestade em movimento... E ainda assim pensava em Paris... // continua

domingo, 26 de abril de 2009

O tempo parte 9 // Ainda sobre o vento... E fora quase como o previsto... Ventava muito naquele começo de manhã. Girava invisível em movimentos largos e circulares. Progressivos. Colidiam nuvens carregadas. Raios chovendo feito filme... Como se lumes de estrelas despencassem em fila indiana até o chão. Ou dele nacessem! Vociferava aos quatro cantos o sopro incompreendido, mal-criado. No ensejo dos acontecimentos, pouco questionava ganhos e perdas... Deixava apenas transbordar aquela sensação incompreendida... E voava folha-seca, espalhava papel, empurrava cabelo e fumaça. O céu retornaria a sua cor... Azul por fim... Sabia que poderia... Sabia!? // continua

sábado, 25 de abril de 2009

Preguiça total... E o direito (ou a necessidade?) ao ócio reconhecido entre profissionais de criação, nos leva a profunda elucubração – deveras batida também! – de que num futuro não muito longe a própria escassez de verba, ou a sobra de tempo, propagará novas ondas de necessária possibilidade (ou responsabilidade!). Um texto francês do século XVI intitulado “O Direito a Preguiça” já dizia isso. Não há nada de novo mesmo! Mas o tema dá é pano para manga. Qualquer coisa como: apreciar o tempo que corre desenfreado e... Apreciar! Ou traduzir! E achar outras linhas de pensamento que em conluio com o todo possam salvaguardar os ponteiros do relógio e não forjar uma nova hora. Nova ordem sim, mas a contagem continuará a mesma. A matemática é uma ciência exata... E Maria Luiza se casa... Pensaria a maioria, e daí... Respondo que uma ausência de sobrenome transporta a informação para um vasto território de outros caminhos. Com certeza todos sabemos de uma pessoa conhecida ou não... Então continuo... Hoje... Maria Luiza se casa. E pensando no sentimento comum, somo aos meus de parente longe e encho a boca... Maria Luiza se casa!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Mímico parte 5 // Nublado fora o dia da partida... E a cidade , bem se sabia, era mesmo pequenina demais. Se bonita? Não posso creditar tanto entusiasmo. Mas sua gente simples, de pensamento estreito, sabia com rigidez manter a liturgia do dia a dia... Tinha igreja grande com praça e coreto e bicicleta voando feito passarinho porque criança não tem hora e o sino avisava. Por isso pulso também não tinha relógio. Era casa e pipa a perder de vista e um perfume de mato constantemente sentido por um corredor de vento que não sossegava nunca... E as margens do rio grande o único hospital da região... Arrumado sim! Organizado era pelas freirinhas de Santa Rita. Irmãs que há décadas se entregavam ao próximo. Confortavam doentes na última cidade do lugar mais distante que já estivera... Sem dúvida um diferencial existia naquele lugar! Além de profissionais escolhidos em concursos e muito bem remunerados, a palavra de Deus praticada, e o sorriso de marfim machucado no semblante daquelas senhorinhas vendiam a boa imagem e complementavam a função daqueles renomados doutores... Mas era lindo vê-las sorrir! Há tempos perderam qualquer dúvida sobre o sentido da profissão comum. Ou mesmo adereços de responsabilidade. Era a palavra sagrada. As senhoras de Nossa Senhora! E o sentido de vidas inteiras, colecionando uníssonas orações que repetidas adentravam todas as manhãs... // Continua

domingo, 19 de abril de 2009

Ontem fui a Lapa conhecer a música do Sotaque Carregado. Impressionante... Dj MAM cordenando os trabalhos e reunindo músicos de diversas vertentes além de muito bem vestidos pela roupa afro da BALACO... Ví pajé tocando flauta, ouvi gente velha em vinil e uma tropa reunindo instrumentos de toda cor e som... Mr. Robertinho Silva passou por lá e depois vieram outros. Detalhe interessante é que ninguém descia do palco. E não paravam. E o povo dançava de cair. Quem sabia e não sabia! Quando sai haviam se passado horas. Na boa!? Acho que a rapaziada acordou o sol mais cedo... Eu fechava os olhos e só ouvia o terreiro do SOTAQUE CARREGADO que não dá para esquecer. E se bobear, num céu escuro, na rebarba do tempo, o astro rei se acabou e feliz da vida deu praia pra todo mundo... E hoje o dia foi lindo...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Noturnos // Tive uma noite péssima. Um sonho acordado com jeito torto e corcunda de quem carrega meio palmo de cal no lombo. Sabe-se lá onde estava, ou aonde gostaria de estar o sujeito que era eu. Sabe-se lá! Recordo um entorno acinzentado de manto calmo. Grama talvez... E um desejo de chorar em silêncio. E isso preocupava! Guardar ruídos que não se externavam pela indivisível neurose. Como se tudo fosse constituído da mais perfeita ordem. Ou da mais perfeita desordem. Antagônico mesmo! Desordenar a perfeição seria não atingi-la. Da mesma forma a desordem não remeterá ninguém a qualquer forma de perfeição... Não há nada que sinalize um agente complicador. Apenas a óbvia conclusão... Fato é, e isso sim, de merecido bom senso, que tive uma noite péssima, estou quase de ressaca e não me recordo de um gole sequer. Unzinho só! Palavra...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Mímico parte 4 // Mas era difícil pensar que poderia ser, ou até, ter sido outra coisa. As horas despendidas, todas as madrugadas inteiras contornando pilhas de livros e toda sorte de informações sobre o assunto. Parecia tarde demais para uma reviravolta profissional. Algo que transformasse tudo. Que mudasse em definitivo o rumo dos acontecimentos. E pensava no pai e sua pompa, no orgulho matriarcal que tingia os olhos de prata... Do exemplo que se tornara para outros de mesmo sobrenome. Tudo o que viesse a representar não estancaria a dor de não poder calar a voz para gesticular o tempo, suas andanças. No fundo era um palhaço que não falava. O verbo silencioso do caminho de cada um... E no caso do rapaz, viver a existência escolhida. Pronto! Começara a chorar novamente... E só pararia ao raiar do dia novo. O sol não nasceria à toa. Seria um dia melhor... Mesmo que de branco fosse. Seria melhor... // Continua
O Tempo parte 8
...Odiava formigas de sapato... De onde vinha o amor daquele Pai? Filho de vento é brisa que nem pétala derruba... Onde morava o sentimento que não entendia? Pudera saber que um Deus maior precisasse de tantos outros. Que o planeta e suas bandeiras colecionavam nações inteiras subdivididas em tribos, que por sua vez se diminuíam e progressivamente, se reuniam em mapas perenes. Que a compaixão estagnada era a bússola de um universo fora da validade, estragado, sujo. Que a vida prenunciava uma nova ordem. E o mito de cada, força motriz desde que percebido a importância do outro... Mito... Troço que precisa de dono. E só míope, não poderia ver tudo isso... Se cada alma falasse talvez o caos se tornasse um caso à parte... // continua

terça-feira, 14 de abril de 2009

O TEMPO parte 7 / / Mas, já que nem visível era, portanto. A nada pertenceria. Não se pode responder ao que não se vê. Jamais perdoaria o Pai de tudo, pela mal entendida falta de forma. Qual motivo haveria? Dentro de uma interpretação extremamente particular, julgava-se menor. defeito de fabricação!? Queria ver plantar tudo isso, dizia para si. Quilômetros e quilômetros de barro... Remover... Espalhar... Toneladas de terra e sementes, aleatoriamente, no furor da multiplicação. Girar sobre a princesa em velocidade tão maior... E devastar a paisagem construída para que finalmente revessem tudo... // continua

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O Mímico parte 3 // Mas não queria. No fundo sabia de si. Era um artista! Médicos fazem arte e colhem aplausos. Mas não seriam aqueles há enaltecer os anos e recordar a existência. Lamentava não ter investido nessa idéia de palcos e picadeiros, e calçadas e toda sorte de público! Iria Contrariar as expectativas da família. Mas... O que são os laços de sangue! Deus pai! Desenrolam e embolam todo o carretel das possibilidades. Quase sempre a preocupação desmedida com um futuro já resolvido, custeado, em nome da prole, torna-se o passaporte de teorias psicanalíticas e lugar garantido no divã. Tinha a plena certeza, e assinava embaixo. Prefeririam um maluco de branco, aos movimentos silenciosos, dignos de poucos. Afinal, se talento fosse coisa à toa, seria produto de supermercado ou importadoras... E arte ainda era, ali, sorte de quem não caminha... Pensava na cidade pequena, que tinha rio, pracinha e coreto. Quermesse e festa para santo padroeiro... E a boca muda, sem sorriso amarelo, tremia ao gosto da primeira lágrima salgada daquele dia. E olha que foram muitas. Talvez mais água que o rio pequeno da cidade menor ainda...

sábado, 11 de abril de 2009

... Lá onde tem clorofila que é verde.
E no fim da estrada que ligará a região noroeste ao Peru. Uma cidade reconstruída a cada novo pedaço soterrado. Lixo aberto, água insalubre. Um imenso “dane-se” sem antônimos instaurados. Com cara de índio andino, caboclo brasileiro, e toda sorte sul-americana... Ouro, ali, se carrega nos dentes...
Ouvi do barqueiro que era nortista da pesada que lá só se cria dono de máquina. Aquelas que chupam água e cospem argila! Ganhava o direito de pernoitar na embarcação pouco dimensionada, protegido por remendos de sobra plástica. Era o suficiente para o porre e algumas passagens pelos muitos bordéis da região.
Vai esconder o pinto no ralo porque aquilo lá nem Deus perdoa. Pensamentinho tosco... Mas se encaixa. E guardo o resto de percepção para reciclar outras letras. Sotaques, cores, formas ou o q valha a pena; sempre penso que estamos falando de gente, embora por vezes, ninguém mesmo acredite... //

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Tempo parte 6 /
Contudo, também o senhor tinha lá seus trunfos. Acreditava que sem platéia deuses se perdem. Decidiu pintar de cinza a paisagem, acimentar as cores nublando sucessivamente semanas inteiras.
Eram acúmulos de água potável que se desfazeriam sucessivamente. Quem soubesse da história choraria uma dor molhada. Rezaria para todos os santos! Precisava dar limites e do tempo, quem tentou correr, ficou pra trás.
Mas sabia bem do vento que num sopro de manhã, se bem quisesse, o encanto desfaria. Era simples. Bastava empurrar uma nuvem contra outra. Derreter a dor em chuva, provocar eletricidade. Sabia dar espetáculos, era ardiloso, não ruim. //
Carregava uma agonia que não sabia. Estava sempre correndo, levando, esbarrando, pra dizer que a vida era simples; Mas não sentia assim! Destelhava casas pra lembrar que todos respondem a mesma floresta, ou qualquer outro nome que se desse... E era ele o responsável por terríveis alegorias. Pequenos tornados, imensos furacões! Questionava a existência que em momento algum poderia ser compactada na palma das mãos. Muita coisa nessa vida não tem dono, tão pouco é palpável. Existe e responde com silenciosos movimentos... De atitudes por vezes muda... (Continua)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

"... Por exemplo, se olharmos para as palavras... É possível interpretar seu significado de várias formas diferentes, incluindo as que se seguem: um arranjo de traços e espaços. Um grupo de letras. Um só nome. Uma referência a uma pessoa específica que conhecemos... Ou que não conhecemos... O interessante é que nenhuma das interpretações invalida qualquer uma das outras. Elas representam níveis diferentes de significado com base no contexto, que, por sua vez, se fundamenta amplamente na experiência". Sobre Yongey Mingyur Rinpoche
... O lançamento do livro infantil do genial Leonardo Boff "OVO DA ESPERANÇA - O sentido da festa de Páscoa"... Não é de chocolate mas acompanha perfeitamente bem... Justifica, sabe! Cheio de cor, explica o significado de toda esta movimentação. Não somente um feriado, mas um significado!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O Mímico (parte 2) // Mas os palcos e sua dedicação maldita. Tanto insistiu que surgiram oportunidades. Aqui e lá fora. Poderia guinar o destino no compasso da idéia. Poderia! Mas tinha suas fraquezas. Senzala de família que se confundia num vocabulário muito particular. Calado. E a lavagem vinha desde cedo, quando ouviu sem se lembrar que nascera para a clausura de um hospital. Praga covarde, que ofertava futuro bem remunerado. E no berçário choro é manifestação do primeiro sopro e nunca protesto indolor. Era convite de prefeitura. Terra pequena, mas de prosperidade. Longe à beça, e possivelmente, único cirurgião. Dinheiro forte pra gastar com poeira. Apostavam os mais velhos em boa economia, extrações de apêndices, pequenas suturas, e por vez ou outra um caboclinho arrebentado num destes acidentes de notícia...
O TEMPO parte 5 // Mas a paixão; Ah! A paixão! Agora o astro incandescente respondia a diáspora das incertezas humanas, daquilo que contradiz os parágrafos anteriores e ignora qualquer regra! Temia a sua intuição cedendo sem perceber ao desejo da grande conquista.
Descolorava o poente e o nascer seguinte. Sucessivamente, dia após dia. Por vezes sangrava de tal forma a paisagem que a pele rubra de padre implorava terra molhada. E tudo. Absolutamente tudo, nessa hora, respondia ao único astro que poderia colorir. E este, por sua vez, somente enxergava um sorriso vertical, que por vezes, parecia vela içada esperando o vento. Ou a calma que não possuía.
E por falar no vento... (continua)

terça-feira, 31 de março de 2009

O Mímico (parte 1) // Soubera daquilo quando certa manhã, atravessando à rua principal atrelado as mãos do pai viu gargalhando em silêncio absoluto o cidadão alvinegro. Derretia a maquiagem, mas não perdia o prumo. Contava sem voz os trejeitos dos outros como se até íntimo fosse. Não perdia o sorriso, e não falava. Nada, nem à toa. Mesmo os apressados se rendiam com suas sobras de moedas, sem entender direito o que tudo aquilo significava, ou mesmo o que deveria... Um contraponto de paz, de sonho, em meio ao bisonho engarrafamento de carne viva e desumana circulante. Contorcia o maxilar, provocava rugas, aproveitava o ensejo de um bocejo. E o velho, sabedor dos olhinhos de criança brilhando, explicava professoral, a cultura francesa e o palhaço mudo que gesticulava o contorno de tudo solfejando sem ruídos o que torneava a calçada, os gestos e passantes. Mímica! Finalmente! Este era nome da nobre arte... Se soubesse a profundidade que se estendia por trás daquele acaso de percepção, um sujeito bem sucedido com medo de pobreza jamais declamaria aquela história. E era bom nisso! Particular articulação... Mas fora prometido, e era tradição familiar. A pura linhagem dos mais renomados médicos de toda uma região; deveras importante. Afora um primo distante ortopedista, era quase uma maçonaria de cirurgiões. Reencarnação de cangaceiro, que retornava. Paga de outra vida. E por ela a dedicação e o tempo integral... Salvar o próximo, objetivando a vida. O princípio católico, status. Nada que diminuísse a profissão. E entre os livros espessos dos aspirantes a "profissão medical", dobrava as horas para freqüentar cursos e percursos. Em segredo, na calada. Quieto como jacaré que olha. Percebendo a ponta dos dedos, mãos, pés. Se rendendo a anatomia acompanhada de outra forma, dimensionada muitas vezes, a explicação científica dos membros. Viu o maior mímico de todos os tempos no Municipal do Rio de Janeiro quase em segredo. E chorou com a partida dele. Precisou estar triste, estranhamente triste, para poder novamente sorrir. E controlar músculos, impressionar professores, passar em provas, se dividir num só. Identificava-se por vezes com cadáveres de aulas de dissecação. Tudo o que pudesse insinuar uma notícia de expressão eram captados com antenas de inseto. Paralelamente, era formatado o homem prometido, mestre na manipulação das ferramentas delicadas, um pajé da alopatia moderna. Dono da cura, de um pomposo diploma, segundo testemunhas oculares que trajavam uniforme branco, exímio cortador de peles, tecidos e órgãos. Extirpava a descrença e quase não falhava. Orgulho nacional de uma sucessão esperada. Enfim! Haveria uma continuação...

segunda-feira, 30 de março de 2009

O Tempo parte 4 /
/ Sol e lua e fogo e água, mesmo que salgada, escorrida dos olhos de pedra daqueles que perpetuavam o descompasso. E era uma lua doce. Dona da noite que se deveria compreender! A herança progressiva de acontecimentos modernos parecia surtir efeitos contrários. A ferrugem do tempo corroído pelas suas promessas. Os homens... Foram passando meses, anos, décadas sem ponteiros.
O sol com a fúria marcial de um deus índio percebia a lua cozendo estrelas que desapareciam sucessivamente na vermelhidão de todo dia. Quando aqui noite fosse, do outro lado, não mais seria. Aos poucos – e isso não se contava - sucumbiria ao prateado lunar. Quem poderia imaginar? Tão pequena era a outra. Serena. Despertara silenciosa, o amor do maior de todos os astros. Era um sentimento quase humano e nessa história, cheia de deuses, indigno. E por motivos que jamais nos caberão! Há centenas de séculos atrás, a terra congelada provara o gosto da distração do astro rei. Um desastre, ou melhor, uma imensa transformação com óbitos gigantescos de dinossauros.
O que poderia o Tempo, senhor todo poderoso, fazer? Perdoar algozes como quem renega a própria imagem. E Isso era Deus Proteger quem bate e florescer caminhos. Tudo muito difícil para nós. Éramos muitos, e, tal qual formiga, canibalizando culturas, dicionários, bandeiras. Eram irmãos da criação e parte de um todo que se movimentava lentamente, imperceptível. Ao longo da jornada a vida passava dentro da astrologia de cada um. Alterar planetas seria ceder, ao destino que a cada um coubesse.

sexta-feira, 27 de março de 2009

HISTÓRIAS DA PÉRSIA

...Dos anos de Teerã e toda terra viajada, com orgulho dúbio, nacional, dizia; amo aquele lugar, com lágrimas daqui... Minha terra e mitologia andam naqueles desertos... Apaixonara-se por um homem ou por um país, perguntei. Não sei; respondia com os olhos de longe...

(Cultura Persa) Talvez... Pouco houvesse a creditar as narrativas deste porte, fosse quando pudesse. Perguntar-se-á o leigo. E daí? Adianto-me, caríssimo público. Um fato difere. Único; quase, um noticiário...
Corta; entram os megafones: Digam que uma mulher, proveniente da sociedade latino-americana, neta de europeus poloneses, de olhos azuis turquesa e pela alva, ama um país trancado, dividido, másculo e milenar. Farto, de uma herança arqueológica que explica uma brutal tolerância aos costumes, e a generosidade que só a (há?) história condiz... Ou conduz... Depois, faça uma pausa e diga que é o... Irã. E foram quase quinze anos passados. Desprezar a cultura persa, e o que até hoje perdura exatamente como em outras épocas de longe. E uma mulher que ama dunas e mar. E o conhecimento de toda causa e idioma. E tradições, ou; traduções (?). Parece aos olhos de um escritor-jornalista que naufragar numa tempestade de areia (!) seria não içar a possibilidade desse conhecimento? E principalmente, contribuir para desfazer mitos e citar seus verdadeiros tons.
Quantas são as cores e variações; de vermelho, verde esmeralda, azul turquesa... Um país não se faz de homens bombas senhores!... Essa frase já foi dita e na sequência um pouco da históriaPersa... Parte de onde tudo começou... Ao barco que poderia movimentar uma cultura específica, milenar; sejamos o remo. Que todos sejam bem-vindos a este universo... Contado através do amor de uma mulher, e do orgulho de ter sido parte da história daquele lugar.
O Açúcar
... Comprado em formato cônico tinha trinta centímetros de altura aproximadamente e uma base redonda de quinze. Antes de partir com arte cada pedaço doce, era imprescindível que um cozinheiro, homem, quebrasse em nacos menores, com uma machadinha e um martelo. Fundamental que coubessem nas mãos o que somente depois Nanê diminuiria em pedacinhos menores ainda cortados com o auxilio de um pequeno alicate próprio para a função; Tinham que ser quase que milimetricamente perfeitos... Durante muitos dias. Muitos... Depois, coloca-se na boca, para regar com chá, e derretê-lo. Diz que o cubo adocicado, dimensionado aos cálculos da história, só deve acabar ao término da bebida; daí ser tão importante o tamanho de cada pequena peça doce de açúcar. E aquela senhora sabia da ordem, e da paciência...
“... Amo as rosas, o perfume, e as cores, dizia. Só entende, quem ali respira... Respondi que não imaginava rosas e aridez”...
(Cultura Persa) A Senhora das Ervas
... Sua função era varrer e limpar as ervas, que seriam usadas; e manuseadas para as refeições. Praticamente fazia isso todos os dias. Eram horas para limpar adequadamente cada tipo... Sobre sua idade, nem ela mesmo sabia. Respondia pelo nome simples de Nanê. Dizia ter visto a troca de cinco reis. Calculava-se sua idade em mais de cem anos. Só na família somavam cinqüenta deles. Mas ali o tempo é outro, e suas considerações também. Cuidara dos quatro filhos da primeira esposa e dos quatro, da segunda...E o verbo empregado naquele lugar tinha o peso do conhecimento, da cultura falada, repassada; dos mais velhos aqueles que a carregarão; como toda tribo, toda reminiscência, que não foi corroída. Só entende isso país de história velha... Achava que ela dizia isso...Durante todos aqueles anos, não havia aprendido o farsi, que é o idioma oficial do Irã. Quando chegara a capital com a família, era analfabeta. Nascera possivelmente em Tabriz, ao norte; fronteira com a Turquia. Não sabia das letras. A comunicação mesclava o dialeto à língua e gestos; E era assim que organizava a casa...
(Cultura Persa) ...
Ah! Pudessem ver a alameda principal que converge ao centro de Shiraz. Do canteiro central, as laterais, somente rosas. De toda espécie e cores. Difícil imaginar tamanha grandeza... Por quem passa a impressão é de retorno! Parece uma dimensão circundando a esfera e a terra com seus grãos de pedra, e pétalas por fim, escolhidas... A sensação é que num país trancafiado, o grande espírito reservou tal privilégio a quem merecer... E principalmente, um orgulho do oriente médio em pertencer aquele lugar...
(cultura persa) Frutinhas
... Quando chegasse o outono...Cerejas doces e azedas, marmelo, romã... As cascas por vezes também tinham sua função. A da laranja, por exemplo... O intuito era a maior colheita de tudo para o preparo das geléias que seriam consumidas no inverno, ou em uma das muitas receitas de arroz.
(CULTURA PERSA) Pão e Queijo de Cabra
Durante as refeições acompanhava o pão iraniano e queijo de cabra. Numa mesa posta, tradicional, este ritual define a família e há milênios é repetido, até hoje, da mesma forma...
(CULTURA PERSA) Tâmaras
... Vinham em cachos ainda amarelas. Eram penduradas próximo à porta de entrada da cozinha para amadurecer... Proveniente de uma espécie de palmeira, os frutos levavam semanas para madurar, e durante o inverno, substituiriam o açúcar durante o chá.
( CULTURA PERSA) As ROSAS de Shiraz
...Registros revelam tratar-se de uma das mais antigas flores conhecidas pelo homem. Reza a lenda, trazida de Vênus para este planeta, tendo sido a Pérsia seu berço de fé. Pelo aroma, aparente realeza, e principalmente; para rechear o colchão do sultão... E ornamentar o sabor da culinária. Frequentemente é usada para temperar. Num dos muitos pratos tradicionais, a sopa fria, preparada a base de iogurte e pétalas, é considerado uma das iguarias ao passar do verão... E como seriam as estações...? Raramente adornavam ambientes, descansando em vasos; a exceção de ocasiões muito especiais, como casamentos... Eram despetaladas as rosas vermelhas com muito cuidado e destreza e colocadas num outro pano de algodão puro para secar... Depois, maceradas até se tornarem quase pó. Todo o ritual era praticado por pessoas que possuíam o dom daquilo que em farsi, significaria “saber fazer”; ou não serviriam para o que se destinavam... Por fim, eram guardados em frascos transparentes e hermeticamente fechados, para não perderem o aroma... E era de extrema sofisticação a utilização das rosas na gastronomia...

quinta-feira, 26 de março de 2009

O TEMPO // parte 3 //
Mudar costumes, hábitos. Gerações e gerações. É como se as necessidades não fossem indivisíveis e comuns àqueles que compartilhavam oxigênio e pisam o mesmo chão. As máquinas ruminando horas de combustível químico obedeciam às diretrizes dos que não se importavam. Moradias amontoadas. Eram latifundiários da própria cova remendando o Tempo. Novamente e sempre. Inevitável senhor de tudo. O TEMPO!
Artérias de cobre danificadas, plastificadas, remendadas pelo desejo insalubre de seus fundadores. Para uns, desprezar a matéria e tudo aquilo que não se compra era tarefa impossível. Talvez uma pequena... Maioria... Mas seriam então inabaláveis. Pensava com solidão de eremita o dono de tudo. Irmãos? Cuidariam da princesa que girava quase imóvel. Eram tantos os afazeres! Lustrar os anéis de Júpiter, o carmim de Marte e todos os lugares. Existia uma função em cada pedacinho de céu. Mas a terra não era um lugar qualquer. Todo canto, tem um canto, e toda noite uma estrela. Se não dá pra ver, fecha os olhos que aparece... // CONTINUA //

segunda-feira, 23 de março de 2009

(Para ler batendo palmas) O reggae do xote é primo, o baião irmão do afoxé. Não tem univitelino a diferença tá no pé. "Arrepare" o q determina, a rima discreta e sútil. O balanço q costura a uzura do Brasil...
O TEMPO parte 2 ... A lua mergulharia na escuridão de todas as noites, sorrindo ou grávida de todo. Por um fio, por um ovo. Dona da vista de quem quisesse perceber. Tão pequena. Menor que a própria princesa, se faria de morta e iluminaria a escuridão. Surgiria sorrindo, minguante, inteira. Um sonho lunar! O outro lado; meditação, descanso, silêncio. Um perdão internacional, intransferível, que a ninguém pertenceria. Apenas diluído no ar, sentido. O outro lado de uma moeda pesada. O sol, implacável, despertaria sua ira. Queimaria a pele dos homens e das folhas e qualquer sombra de teimosia. Se a tudo iluminava convidaria os olhos então... A reflexão; Emanando odores, evaporando água suja, e criando desertos inteiros como quem adverte a própria existência. Secaria a língua dos feitores, de suas mulheres e filhos; entendia que o perdão escondia a necessidade. Era um guerreiro, um general. Alastraria a fúria dos oceanos e as rachaduras do deserto. Secaria rios e inundaria paletós. Deveria conter esse ódio nuclear. Investimentos milionários que travestiam a própria miséria. Fortuna suficiente para fomentar a paz em qualquer parte, qualquer continente. O planeta azul geóide circundado por... Lixo! E lá se vão pagãos da alma universal. Derretendo geleiras, assoreando rios. Eram amantes da própria desordem. Mas pagariam maltrapilhos e afortunados. As sobras seriam saqueadas por quem pudesse. É como se as mãos do cangaceiro Virgulino novamente sangrassem a caatinga e escorresse seiva terra afora. Não sabiam os astronautas quão negros eram os inacessíveis buracos ou as profundezas de cada um. Sabiam apenas que a princesa era azul. A certeza caminhava sob os pés de quem estava onde se via. Via Láctea, via satélite. Contemplavam com conhecimento de causa a tela pintada por um deus artista. Chorariam dentro de suas armaduras. Pobres homens astronautas Somos nós! // CONTINUA //
A chuva q cai não foi suficiente para suar meus dias angustiados. Ou derreter minha existência de sabonete. Ou deformar desordens. Compor assuntos. Massacrar idéias maceradas por pontos de interrogação. Adormeci numa noite fria e acordei num dia ensolarado de outro frio; Atônito, alucinado; com olho de metal e sonho pesado, com imagens do garimpo de um noticiário nacional. Agora sobre o mercúrio, resta outro frasco. Esquecido sem validade, no fundo de um armário feio. No rótulo amarelado e descascado lia-se mal: mercúrio...
Cromo... E pensava sobre...

sexta-feira, 20 de março de 2009

O TEMPO // parte 1 //NOSSA HISTÓRIA GIRA EM TORNO Da TERRA QUE GIRA... Se por um lado tudo podia impossível seria conter o rumo da história. Sobre o destino? Perdera a língua na curva dos acontecimentos e agora semeia presságios e reza a oração dos justos. Onde buscam a água bebem o invólucro! Os homens como plantas parindo oxigênio provêem de rachaduras e rompem o todo louvando uma vida exagerada, exagerada, exagerada... Custe a quem custar. A terra, por quem derramara sua infinita generosidade... Parecia sombrear a paz, sem percebê-la; no escuro. Era como dormir de olhos abertos. E a terra pobrezinha, maltratada por formigas civilizadas no fundo sabia que o futuro jaz seria. O retorno. Não haveria espaço para tantos encanamentos, tantas estruturas. Era inevitável sinalizar a época das flores, do frio; casacos de lã eram confeccionados ao sopro de um outono cada vez mais tímido. O inverno, ancião egoísta, era cruel e implacável. Chegaria cada vez mais violento. Por isso era preciso ser transparente. Apontar as estações que praticamente já não eram quatro. Somente duas! O calor sertanejo não diferenciaria o perfume das flores ou o sopro do outono; ou tudo muito quente ou muito frio... A terra sabia disso. Tinha uma certeza feminina, maternal.
Há milhões de anos se partira em pedaços, retorcendo, criando veios, transformando montanhas inteiras, rompendo oceanos e água potável. Adaptava seres e formas. Era mãe, coração fácil de enganar. Porém... Há um, porém! Muito vivida aquela senhora, apesar de nova. Para o universo, milhões de anos não se estendem mais que um fim de semana trivial. Mas, ainda assim... Eram milhões de anos. E o pai desse universo velho, até então mais velho ainda, agonizava a dor dos sábios. A dor científica dos que enxergam pelas lentes do tempo. O pai do universo era o Tempo! Voavam horas descompassadas, sem asas, com pressa. Horas modernas controladas pelo rojão dos afazeres, dos fatos, das informações. Pressa! O senhor de tudo, tinha a pressa de um relógio sem ponteiros. ERA UMA VEZ O TEMPO QUE ERA O PAI DO UNIVERSO, QUE PRECISAVA ESCURECER A NOITE, ACENDER O DIA E ILUMINAR FORMIGAS QUE Andavam DE SAPATO. // CONTINUA //
Aos apreciadores da literatura de cordel segue as principais fontes sobre o estilo. No Rio de Janeiro a Livraria Graúna, na feira de são Cristóvão. A Academia Brasileira de Literatura de Cordel em Santa Teresa e a Fundação Casa de Rui Barbosa. Em Pernambuco a Feira Popular de Caruaru e na Paraíba o Espaço Cultural de João Pessoa.
Sopas “Ash” // Assim como o iogurte , nos tempos antigos,os persas eram famosos pela variedade de sopas que eram preparadas e suas origens. A palavra Persa que define cozinheiro em farsi é “ash-paz”; cuja tradução literal seria “fazedor de sopa”. Já cozinha, o local, chama-se “ash-paz-khamê”, que significaria “a casa do cozinheiro”. Isso torna-se um indicativo interessante relacionado também a origem da língua. A partir da palavra que denomina sopa, mediante a importância para a gastronomia local, outras tantas são geradas... Isto é, a tradição definindo a linguagem.

(Aos puristas de plantão peço q qualquer erro em farsi seja sinalizado. Utilize o email jmarcelo_br@yahoo.com.br. Mto obr.)

terça-feira, 17 de março de 2009

Meu Irmão // Vi meu irmão com riso gordo de quem fazia uma fazenda. Dizia com o peito rechonchudo de orgulho que era na divisa de Goiás e Bahia. Sem contratos, notas, papéis. A sociedade provinha de muito tempo. No colégio eram os melhores amigos e suas histórias testemunhas sempre tiveram. Se o pai do cara fora capa de revista e notório caloteiro, isso muito pouco importava. Eram amigos! Dividiam o mesmo time, o mesmo tempo. Aquele que jamais desfiaria. Romperiam os anos entre cada florada. A sede com telhas de barro confeccionadas nas coxas e eletricidade à base de óleo diesel. Farinha pilada com feijão derretendo na panela de pedra que descansava horas sobre um fogão de lenha. O chão seco que durante meio ano se inundava de chuva e pintava a paisagem de verde; o miado da onça no caminho. Quem não viu cobra tomando banho de sol não era dali! Enquanto tinha criança no rio o pai zelava. Ninguém sabia quando jacaré tava com fome ou sucuri saia pra passear. Contam que a maior de todas morava debaixo da ponte num tronco largo de madeira morta. Outros diziam que era lenda, mas nunca ninguém pagou pra ver. O mundo longe da TV era outro para todos nós. Menos para meu irmão que subdividia seu corpo breve líneo entre as capitais e o seu interior. Aos pés do Rio Formoso meus joelhos encostaram a terra e agradeci todas as horas atravessadas para se chegar naquele lugar. Pensei ainda que tudo fosse menor e o mundo por um breve instante existiria somente até onde a vista pudesse perceber. Se um deus passou por algum lugar... Ali era perto; // Depois veio a trovoada; o GRANDE amigo se rendera ao pai que fora capa de revista esquecendo os anos como quem ignora a própria existência. Pobre rapaz! Vendera sua alma com o bolso cheio de ouro! Não queria matar a fome ou comprar remédios. Viveria o resto dos dias olhando para baixo em nome de uma honra desconhecida, de uma ética milenar passada de pai para filho. Não bastariam esposas ou conselhos para combater tão fortes alicerces. Na capoeira era rasteira. Entre os sábios que não sabiam jogar, estratégia. Não importava. Meu irmão tombou e eu cai junto com ele, em silêncio. A vida também me pregara uma peça e abatido me esquecera de olhar para o lado. E o cara era um pouco de tudo e o amigo de sempre. Turrão mas fazia rir. Um coração largo, à toa. As coisas pareciam pequenas quando estava perto dele. Que a gramática perdoe o verbo e nomes chulos que porventura apareçam! Poucas vezes contive tanto ódio! Não a um homem somente, mas aquela conjuntura fétida de poder e possibilidade, que mutilava sonhos e criava cobras como quem finca o facão num talo de raiz. Era uma dor desumana! Dar a outra face como diria o homem santo ou cobrir de pancada como qualquer um? Louvar algozes é levantar a mão! Quem planta com a alma não deve proferir golpes. Assassinar os dias seguintes ingerindo lodo, envelhecendo células. Chorei sozinho o término grotesco da sociedade e a terra pisada e cada pé de café. Poderia afirmar com total segurança, que se sonhos virassem nuvens, teria desmanchado todo acúmulo de líquido, que meu irmão seco de tudo não conseguiria mais derramar. Quando acordei, no meio do sono ruim, senti o cheiro de grãos... Novamente me lembrei da capoeira. E do mestre dizendo que quando rico perde se muda, procura psiquiatra, tem aquela síndrome de pânico; e vocifera verborrágico sugestões grotescas para o controle da natalidade. Mas o resto. Vira três copos de cachaça, passa a mão na boca e vai tocar a vida. Aquela resolvida na labuta de todo dia. Percebi no acaso dos acontecimentos como podia um homem tornar-se imenso. Anos de dedicação que se tornaram peças de lego, enquanto buscava um desejo de sorriso e repetia com elegância; Fica tranqüilo que dia desses faço outra. Passou a mão nos olhos, pôs os meninos nas costas, pegou a mulher (salve ela!) e se encheu de ar. Fez outros negócios, içou a vela pra outros cantos, transformou paisagens. Hoje o mundo tornou a ficar pequeno. Invadiu a paulicéia e ingeriu CO2 como quem bebe vinho no gargalo. De lá pra cá, e vice versa, invertendo radares sem perder valores. Voou para longe e traduziu anseios. Conseguiu crescer a cada empreitada. Aristocracia única que faz morada no coração dos grandes. O perdão praticado na essência sem nota em diário oficial. Desprender-se! Aprendi com ele... Não sei, não, dizia. Mas é pra frente que se anda! “Tamô” junto... // (Este tx retirei do meu livro de contos. É uma homenagem ao meu irmão q não pertence mais a este lugar... E que saudade!).
A saúva // A saúva que é viúva exímia cortadeira // Leva a horta do moço e o almoço da abelha. // Porque sem folha não tem flor e sem flor não tem mel // Dona abelha chateada Dava voltas pelo céu. // Também dizia o gafanhoto Nada sobra para mim // E mordia o pé canhoto Do menino curumim. // Dona formiga se perguntava: porque ninguém fala comigo? // Se não tenho sossego também não tenho amigo! // Afinal todos nós sabemos não é mentira de macaco // que conversa de formiga é só trabalho, trabalho... E trabalho. // Resolveu a insetada procurar a cortadeira // que se defendeu zangada dando bronca na abelha. // Aprendemos desde cedo que o inverno é frio e rigoroso // depois as chuvas de verão e outro inverno de novo... // Todavia com tudo isso, aprendi uma lição // Com amigos dividimos a conversa, o chão... O pão. // E a partir deste momento esta decidido enfim // vou buscar comida longe E não tropeçar no curumim. // Confrades ilustres, há um “porém” que ninguém foge // são os desejos de cada um que fere e tanto comove. // Hoje dividimos isso depois aquilo, e aquilo outro // Concordamos, discordamos, É a natureza de todos. // Por isso sugiro em gesto solene E o peito cheio de alegria // A palavra que faltava: De –mo – cra – ci – a... //
Envelhecimento // Às vezes acho q o ser - humano envelhece para aprender a ver a vida de forma mais simples. E dimensionar pequenos movimentos ao redor, ou mesmo nas próprias juntas. Decidi que queria ser goleiro; aprender a cair para levantar. Em nome do exercício psíquico de existir, não somente moldar. Ou mesmo a glória passageira do inter-rompimento de um ataque alheio. Um subconsciente clamando na marra para aprender. A derradeira possibilidade... O impedimento de toda uma costura de ataque, que caminhou na paralela da linha de cal, pé a pé, num toque quase perfeito... Quase... Havia o último de todos. O único a pôr as mãos na bola, a divindade maior daquele momento, quase religioso. O goleiro! O preço que hei de pagar? Eu sei! Dores que prevêem a meteorologia que com certeza valerão cada segundo de memória e histórias para contar. É tão maravilhoso ver a rede balançar!? Perguntavam. Porque, ventania refresca!... Imagino ser esta a ótica do arqueiro. Por isso mesmo tento repetir. O cerne, a essência. O entretenimento em se buscar a raiz, onde tudo caminha para outro começo. Naquela hora, unicamente ali me esqueço do resto, e da vida inteira... Voando feito passarinho velho... Continuando a vida e desdenhando dela. E meu primo irmão por toda história, com sua caixa torácica dimensionada e pernas de cabrito, é o beque. O penúltimo capítulo antes do contra golpe. O último soldado. Pensamos assim! Tudo certo se o gol for um movimento inevitável. Demos o melhor de todo tempo corrido. Mas não há limites naquele momento! O corpo quente embebeda os neurônios que por hora e meia pensa ter novamente vinte anos. No dia seguinte todo mundo roxo, quebrado... Feliz.

segunda-feira, 16 de março de 2009

O HOMEM VELHO // Um homem velho acordou // E foi colher uma flor // No jardim de São Francisco // Ouviu uma voz: meu senhor // Cada estrela é uma flor e a raiz o edifício. // Porque ao invés da terra é nuvem // Por detrás do céu tem casa // Pode ser chuva o que cai // Ou poderia ser lágrima. // Depende onde a lente alcança // O que sem óculos avisto // Porque o vento é meu velho // Atrás da flor de São Francisco //

quinta-feira, 12 de março de 2009

Blanca // A vida doía. Acordar e olhar o rosto cadavérico no espelho, predizendo novamente todas as incertezas, e uma fragilidade ímpar. Tinha reza, tinha santo, profissão que não era emprego. Faltava algo! Acertar a cervical, olhar na linha de um outro prisma. Uma rama desenfreada de porquês. Como quem tentava resolver a história que passou. Remendos não arejam dias. O olhar passado, remoído, triste. Aquele que se deseja esquecer e adormece agrupado em conchinha, com os últimos fios de cabelo branco e auto-estima. Um dia disseram que ela queria me ver. Xamã paraguaia que conversava com os anjos e S. Miguel arcanjo. Sonhava em adormecer de vez no seu quinhão de terra. Mas fizera uma família aqui. Todos que se chegavam e achavam um colo. Dizia que os umbrais escureciam a alma como galhadas de arame farpado. A sombra das costas deveria estar alinhada, aquela outra que pela frente faria caminho. Como batedor que marcha com a coragem nos pés e sabe a responsabilidade dos seus apontamentos. Crê na certeza de que não mergulhar é não saber do lado escuro de um espelho de água. Aquilo que sustenta as costas e te coloca no centro, em fila indiana, compactada e firme, para qualquer percalço. O que se conhece, ou se pensa saber... Por trás do que se deveria deixar; desprender-se. E retorcido, ao sumo, transformado em energia motriz;

terça-feira, 10 de março de 2009

IOGURTE // Excessivamente consumido em todo oriente médio. Muitos cientistas atribuem a estamina a longevidade daqueles povos; além do fato de serem praticamente imunes a problemas estomacais. Vale ressaltar, no entanto, tratar-se das comunidades mais pobres do mundo. Junto à África, talvez. Seria uma insensatez dizer que a fome não é um problema naquele país... Mas disso já sabemos, e a riqueza cultural milenar, já se adaptara há tempos. Isso! Isso sim nos interessa...
Contam que o poderoso Genghis Kham viveu a base de iogurte durante longas jornadas através da Mongólia e do império Persa, quando havia escassez de alimentos para seus soldados.
FULANA // É uma criança grande, com uma boca cheia de dentes enormes. É linda! De bruços o Pão de Açúcar derreteu. Os milhões de anos sedimentados pouco valeram! A paisagem caminha quando ela anda e um olhar desavisado se esquece que qualquer coisa possa ser feita de pedra...

segunda-feira, 2 de março de 2009

Pedro Poeta // A poesia de Pedro não fala; canta. Contemporiza, Exalta. E é no bumbo q faz estrada. Onde o chão é grave e a vida ecoa. Mas a música, senhora teimosa de hiatos profundos, parece curvar-se ao mundo e pedir humilde... Passagem; Porque na poesia do moço do verso que canta. Passarinho pede licença e o texto rompe a regra. Como quem perde o caminho Para achar outra forma, ou fôrma. Não tem paciência a ciência 100 par! Era do nada, um nada de menos ainda. Só calmaria de vento abanando, página virada. Sopro q não soa, canta... Pano de pó letrado. Poeira de rabisco... Risco de poesia... Com assinatura de nome de apóstolo que perdeu a cruz e moveu a espada, no cume da santa, palavra inventada // Para P.Rocha
Fotos que ilustram o livro do poeta Omar Khayam...
... Somente 1000 exemplares ...
... Colorindo as palavras do maior poeta daquele lugar.
Contam q a cada porção do tradicional iogurte...
Servido na tigela por jarra de cobre...
Junto o vendedor recita 2 poemas...
De Omar Khayam... ATÉ HOJE...
A CULTURA PERSA